quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Documentário "O dilema das redes sociais" na Netflix

O dilema das redes sociais (The Social Dillema) é um documentário original da Netflix lançado mundialmente a 26 de Janeiro de 2020 no 2020 Sundance Film Festival, um festival de filmes anual organizado pelo Sundace Institute, sendo apenas lançado na plataforma a setembro do mesmo ano e foi um sucesso em diversos países.  

O documentário chama à atenção a diversos temas mas essencialmente à forma como as redes sociais impactam as vidas de milhões de pessoas e o seu quotidiano, desde a relação com outros à relação com si mesmo, utilizando uma família fictícia e jovens como exemplo. Ao longo dos 94 minutos, é debatido como se foram criando algoritmos de forma a manter o utilizador o máximo de tempo possível na plataforma, através de customização de conteúdo como anúncios publicitários e mesmo manobras estratégicas, como as notificações ou os likes, que tornam o “desligar” da rede cada vez mais complicado. Para explicar e expor esta situação são ouvidos testemunhos de diversos antigos funcionários de gigantes da tecnologia que estiveram envolvidos na criação ou desenvolvimento de plataformas como o Instagram, Facebook, Google, entre outras.

O documentário desperta particularmente atenção a um facto que praticamente todos nós acabamos por ignorar inconsistentemente ou mesmo nunca nos passou pela cabeça, que é que tudo aquilo que nos surge no ecrã do telemóvel ou outro dispositivo é com um propósito e pensado estrategicamente de nos manter lá, tentar-nos vender algo ou mesmo influenciar-nos de alguma forma. Julgo que já todos alguma vez repararam que fizeram uma pesquisa online random e mais tarde os anúncios do Facebook ou Instagram que surgem sobre esse mesmo assunto. Isso não acontece por acaso e é mais uma estratégia de marketing por parte das diversas marcas atuais.

De realçar que, com este exemplo, é bastante fácil e evidente a ocorrência da massificação da personalização que ocorre em diversas plataformas e que todos os dias somos alvo. Essa massificação ocorre como resultado da monitorização dos passos digitais de cada um de nós e da informação pessoal que fornecemos no simples criar um perfil numa das redes sociais. Através desta personalização, as plataformas conseguem cada vez mais controlar e influenciar os comportamentos e hábitos dos seres humanos, tendo até tornado toda uma geração mais isolada e self conscious, segundo o documentário.

Por fim, aconselho está longa-metragem a todos os interessados pelo assunto ou mesmo a qualquer indivíduo, uma vez que como utilizadores diários das redes sociais temos o direito a estar informados sobre como todo este mercado funciona e foi construído. Deixo o trailer para quem estiver interessado.


E vocês o que acham sobre este tema?

Fonte 1Fonte 2Fonte 3         

3 comentários:

  1. Olá Sara!

    Obrigada pela tua partilha, tão enquadrada com a aula de ontem.

    Pessoalmente, adorei este documentário. Fez-me ter consciência de que, efetivamente, nós somos o produto que está a ser vendido.

    Achei muito interessante terem o testemunho de grandes nomes da indústria tecnológica e de Sillicon Valley, como Tristan Harris, ex-designer ético da Google; Justin Rosenstein, criador do botão “Gosto” do Facebook; Tim Kendall, um dos antigos proprietários do Pinterest; entre outros nomes importantes noutras áreas.

    Outra questão interessante é a proteção de dados: estas empresas possuem muito mais informação sobre nós do que nós mesmos. A inteligência que está por trás deste mecanismo vai-se aperfeiçoando e ficando cada dia melhor a antecipar os nossos gostos e aquilo que queremos ver, o que é realmente assustador.

    Confesso que depois de ver o documentário só tive vontade de eliminar todas as minhas redes sociais e tornar-me uma "sem abrigo" digital :D

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  2. Olá Sara!

    Confesso que comecei por ver este documentário mas não o terminei e mesmo com poucos minutos de visualização senti o mesmo que a Raquel disse anteriormente, senti vontade de apagar todas as minhas redes sociais.

    Estamos cada vez mais envolvidos no meio digital e mesmo cientes das consequências da nossa presença nesse meio, faz confusão pensar que há todo este conjunto de fenómenos a acontecer "atrás de um telemóvel".

    Dia após dia, estamos a cair em tentações/armadilhas feitas por estes especialistas. Isto leva-nos a pensar, várias vezes, no que estará para vir depois, será que vamo-nos tornar (ainda mais) em marionnettes e ceder a tudo?

    Apesar deste assunto ser bastante pertinente, ao debater este assunto assim parece que não custa tanto a interiorizar tudo isto como ao assistir ao documentário, mas mesmo assim, acho que vou, finalmente, acabar de o ver.

    Obrigada pelo post, Sara :)

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  3. Olá Raquel e Bárbara! Antes demais obrigada às duas pelos comentários!

    Inicialmente é de facto assustador pensar que estamos constantemente em "vigia" e existe alguém a ver cada passo digital que fazemos. Pessoalmente, o que mais adorei sobre o documentário foi mesmo o quanto nos faz pensar que aquilo que fazemos ou vemos num dispositivo não é assim tão inocente quanto aparenta e existe um enredo por detrás que nem imaginamos.

    Por esse motivo é que considero bastante importante que cada vez mais nos informe-mos sobre este assunto pois, como mencionei no post, por vezes não nos apercebemos o quanto algo que vemos numa plataforma impacta o nosso comportamento ou mesmo no que acreditamos ou sentimos.

    No documentário mencionam que por vezes achamos que o Facebook ou Instagram é apenas um local onde podemos interagir com os nosso amigos ou que o Google é um simples motor de pesquisa, no entanto, a verdade é que não é bem assim e existem manobras estratégicas com o objetivo de nos influenciar e é importante estarmos cientes disso. :)

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