O dilema das redes sociais (The Social Dillema) é um documentário original da Netflix lançado mundialmente a 26 de Janeiro de 2020 no 2020 Sundance Film Festival, um festival de filmes anual organizado pelo Sundace Institute, sendo apenas lançado na plataforma a setembro do mesmo ano e foi um sucesso em diversos países.
O documentário chama à atenção a diversos
temas mas essencialmente à forma como as redes sociais impactam as vidas de milhões
de pessoas e o seu quotidiano, desde a relação com outros à relação com si
mesmo, utilizando uma família fictícia e jovens como exemplo. Ao longo dos 94
minutos, é debatido como se foram criando algoritmos de forma a manter o
utilizador o máximo de tempo possível na plataforma, através de customização de
conteúdo como anúncios publicitários e mesmo manobras estratégicas, como as
notificações ou os likes, que tornam o “desligar” da rede cada vez mais
complicado. Para explicar e expor esta situação são ouvidos testemunhos de
diversos antigos funcionários de gigantes da tecnologia que estiveram envolvidos na
criação ou desenvolvimento de plataformas como o Instagram, Facebook, Google,
entre outras.
O documentário desperta particularmente atenção a um facto que praticamente todos nós acabamos por ignorar inconsistentemente ou mesmo nunca nos passou pela cabeça, que é que tudo aquilo que nos surge no ecrã do telemóvel ou outro dispositivo é com um propósito e pensado estrategicamente de nos manter lá, tentar-nos vender algo ou mesmo influenciar-nos de alguma forma. Julgo que já todos alguma vez repararam que fizeram uma pesquisa online random e mais tarde os anúncios do Facebook ou Instagram que surgem sobre esse mesmo assunto. Isso não acontece por acaso e é mais uma estratégia de marketing por parte das diversas marcas atuais.
De realçar que, com este exemplo, é bastante fácil e evidente a ocorrência da massificação da personalização que ocorre em diversas plataformas e que todos os dias somos alvo. Essa massificação ocorre como resultado da monitorização dos passos digitais de cada um de nós e da informação pessoal que fornecemos no simples criar um perfil numa das redes sociais. Através desta personalização, as plataformas conseguem cada vez mais controlar e influenciar os comportamentos e hábitos dos seres humanos, tendo até tornado toda uma geração mais isolada e self conscious, segundo o documentário.
Por fim, aconselho está
longa-metragem a todos os interessados pelo assunto ou mesmo a qualquer indivíduo,
uma vez que como utilizadores diários das redes sociais temos o direito a estar
informados sobre como todo este mercado funciona e foi construído. Deixo o
trailer para quem estiver interessado.
Olá Sara!
ResponderEliminarObrigada pela tua partilha, tão enquadrada com a aula de ontem.
Pessoalmente, adorei este documentário. Fez-me ter consciência de que, efetivamente, nós somos o produto que está a ser vendido.
Achei muito interessante terem o testemunho de grandes nomes da indústria tecnológica e de Sillicon Valley, como Tristan Harris, ex-designer ético da Google; Justin Rosenstein, criador do botão “Gosto” do Facebook; Tim Kendall, um dos antigos proprietários do Pinterest; entre outros nomes importantes noutras áreas.
Outra questão interessante é a proteção de dados: estas empresas possuem muito mais informação sobre nós do que nós mesmos. A inteligência que está por trás deste mecanismo vai-se aperfeiçoando e ficando cada dia melhor a antecipar os nossos gostos e aquilo que queremos ver, o que é realmente assustador.
Confesso que depois de ver o documentário só tive vontade de eliminar todas as minhas redes sociais e tornar-me uma "sem abrigo" digital :D
Olá Sara!
ResponderEliminarConfesso que comecei por ver este documentário mas não o terminei e mesmo com poucos minutos de visualização senti o mesmo que a Raquel disse anteriormente, senti vontade de apagar todas as minhas redes sociais.
Estamos cada vez mais envolvidos no meio digital e mesmo cientes das consequências da nossa presença nesse meio, faz confusão pensar que há todo este conjunto de fenómenos a acontecer "atrás de um telemóvel".
Dia após dia, estamos a cair em tentações/armadilhas feitas por estes especialistas. Isto leva-nos a pensar, várias vezes, no que estará para vir depois, será que vamo-nos tornar (ainda mais) em marionnettes e ceder a tudo?
Apesar deste assunto ser bastante pertinente, ao debater este assunto assim parece que não custa tanto a interiorizar tudo isto como ao assistir ao documentário, mas mesmo assim, acho que vou, finalmente, acabar de o ver.
Obrigada pelo post, Sara :)
Olá Raquel e Bárbara! Antes demais obrigada às duas pelos comentários!
ResponderEliminarInicialmente é de facto assustador pensar que estamos constantemente em "vigia" e existe alguém a ver cada passo digital que fazemos. Pessoalmente, o que mais adorei sobre o documentário foi mesmo o quanto nos faz pensar que aquilo que fazemos ou vemos num dispositivo não é assim tão inocente quanto aparenta e existe um enredo por detrás que nem imaginamos.
Por esse motivo é que considero bastante importante que cada vez mais nos informe-mos sobre este assunto pois, como mencionei no post, por vezes não nos apercebemos o quanto algo que vemos numa plataforma impacta o nosso comportamento ou mesmo no que acreditamos ou sentimos.
No documentário mencionam que por vezes achamos que o Facebook ou Instagram é apenas um local onde podemos interagir com os nosso amigos ou que o Google é um simples motor de pesquisa, no entanto, a verdade é que não é bem assim e existem manobras estratégicas com o objetivo de nos influenciar e é importante estarmos cientes disso. :)