No dia 15 de fevereiro, o Facebook lançou uma nova funcionalidade nos EUA e no Canadá que tem como objetivo permitir às empresas que coloquem anúncios de emprego nesta rede social e, naturalmente, aos/às utilizadores/as interessados/as que se candidatem também por este meio. Esta funcionalidade está pensada sobretudo para pequenas e médias empresas que, usualmente, se confrontam com dificuldades em encontrar as pessoas certas, principalmente quando se trata de ofertas para empregos em part-time.
Mas porquê estender a sua área de atuação para o negócio dos anúncios de emprego? De acordo com Andrew Bosworth, Vice-Presidente do Departamento de Engenharia, Anúncios e Páginas do Facebook, as empresas já postam anúncios de emprego nas suas páginas de Facebook há algum tempo e esta rede social decidiu simplificar a personalizar o processo.
De acordo com o Facebook, o administrador de uma página da empresa pode criar posts sobre empregos, acompanhar as aplicações e comunicar com os/as candidatos/as nesta rede social. Num post sobre este assunto, o Facebook mostrou como se cria uma oferta de emprego:
Quando uma pessoa pretende responder a um anúncio, a sua candidatura é preenchida automaticamente com informações do seu perfil, embora possa modificá-la antes de a enviar. Os/As candidatos/as podem controlar que aspetos do seu perfil pessoal são partilhados com os empregadores, porém, é inegável que esta nova funcionalidade faz com que as entidades patronais consigam descobrir mais facilmente do que nunca o que postamos no nosso Facebook. Assim, torna-se cada vez mais fulcral que os/as utilizadores/as desta rede social sejam bastante seletivos em relação ao que postam nela e ao que é postado sobre si.
Todavia, nem toda a gente considera que o Facebook se pode tornar uma grande ameaça para o LinkedIn. Ezra Gottheil, uma analista da Technology Business Research, afirmou: "O LinkedIn concentra-se em pessoas com backgrounds específicos, mas parece que a lógica do Facebook é mais 'Se gostas da nossa empresa, talvez gostasses de trabalhar aqui'. (...) Postar um sinal a dizer 'estamos a contratar' é intrinsecamente diferente de encontrar pessoas com uma experiência específica."
Se pensarmos neste assunto sob um ponto de vista estratégico, percebemos que existem ideias bastante interessantes associadas. Para as empresas, esta pode ser uma oportunidade de terem pessoas que já são suas fãs - pelo menos no Facebook -, que conhecem e gostam a marca a trabalhar para si.
O facto de a comunicação entre empresas e candidatos/as ser feita através do Messenger obriga as organizações a consultar regularmente as mensagens que recebem na sua página, tarefa que algumas tentam evitar diariamente (- que atire a primeira pedra virtual quem teve a sorte de ter obtido resposta a 100% das mensagens que enviou a empresas pelo Facebook). A procura de emprego torna-se mais uma razão para que as pessoas coloquem "Gosto" nas páginas das empresas e marcas que lhes interessam. Estes dois últimos aspetos tornam os negócios mais fortemente integrados no Facebook e no Messenger, o que confere uma vantagem não só à rede social, mas também aos/às seus/suas utilizadores/as.
Por fim, a gratuitidade (temporária?) desta funcionalidade, bem como a sua rapidez, simplicidade e acessibilidade conquista os indivíduos e incita-os a usufruírem dela.
O que é que vocês acham acerca desta nova funcionalidade? Será que surtirá o efeito esperado e, consequentemente, se estenderá a todos os países do mundo? E será que o Facebook roubará terreno ao LinkedIn? Deixem a vossa opinião nos comentários.
FONTES:
https://www.facebook.com/business/news/take-the-work-out-of-hiring
http://www.recode.net/2017/2/15/14630188/facebook-job-posts-applications
http://www.computerworld.com/article/3171250/social-media/you-just-might-find-your-next-job-on-facebook.html