quarta-feira, 7 de julho de 2010

WebMkt 2.0? Não, pelo menos 10.0!

Tentando aproveitar o balanço proporcionado pelo estudo e pelas inúmeras contribuições de exemplos e aventuras no marketing electrónico e virtual, não posso deixar de propor em jeito de fim de processo (pelo menos nesta fase) e de ano lectivo, associado a este período de descompressão (de aulas, claro, não de trabalho, pois esse continua), uma nova abordagem à forma como as avaliações decorrem numa faculdade (poderia ser numa qualquer escola do ensino secundário, mas enfim, neste momento é o que está mais próximo). Assim, a proposta que a seguir descrevo, tem a ver com as ferramentas disponíveis para, comunicar, promover e adquirir uma nota a uma dada disciplina. Utilizei Web Marketing como poderia ter usado outra qualquer… a professora Dr. Teresa Fernandes que me perdoe e não me penalize na entrega já feita. Ora reza assim:

Isto de fazer testes (conteúdo de conhecimento), em papel (suporte físico), numa sala (estrutura física), só a nota é publicada On-Line: é antigo, é Web 0.0, assim, coisa do século passado. Proponho então saltar para uma versão mais moderna: vamos começar por criar um site dedicado à avaliação, sugiro: www.vouteavaliaretalvezpassar.com

O teste decorre On-Line e o consumidor, perdão, o aluno, pode fazê-lo confortavelmente instalado num sofá, numa cadeira de uma explanada, em férias, até na cama! Logo bem cedinho, ou numa noite de insónia. E porque não a apreciar um belo petisco a olhar para o ecrã de forma bovina?

Tal como com o Blended Marketing, a componente off-line da avaliação seria o trabalho executado em grupo ou individual, com exposição colectiva ao grupo de consumidores, perdão, alunos – eles poderiam constituir uma verdadeira tribo, em torno da disciplina, onde o interesse seria óbvio: passar com a melhor nota possível.

Juntamente com o site, outros canais poderiam potenciar a comunicação entre a professora e os seus alunos, incorporando um movimento interactivo, em tempo real, rápido e eficaz, dos bens de avaliação. Por exemplo: o blog, com notícias, exemplos, estudos de caso, e ferramentas do programa disciplinar, discutidos, também nas redes sociais. No twitter as contas tinham que ser alimentadas com informação relevante sobre a disciplina, onde eram colocados, semanalmente, por exemplo, os temas do período correspondente, e todos os dias o consumidor, perdão, o aluno, ira comentando e seguindo, completando a informação com pequenos destaques relevantes para a comunidade.

No facebook, os mais os 1327 amigos de Web Marketing, trocariam além das informações obscenas dos homens mais interessantes e das amigas mais sexy, ou sob qual é a melhor banda, ou outros gostos e sabores, a ver se havia pontes de comunicação e interesse, mas agora sob ferramentas de marketing. O jogo agora, não é trocar galinhas e porcos por limões e repolhos, mas por misturas de técnicas numa abordagem a questões colocadas no site de avaliação. Por exemplo:

Xaninha:

Olá, tou que nem posso… vim da praia e estava vento. Ah. Ajudem-me: medir o preço numa estratégia de foco na diferenciação é relevante do ponto de vista do mercado, quando estou numa de colocar um produto novo?

Luzinha:

Também estou. Mas gosto! Diferenciação ou foco no custo? Na sei.

Se gostas dele eu deixo… mas nada de sapatos iguais aos meus!!!!!

Xaninha

Não! É de Mkt!

Joka

Eu posso ajudar, mas logo há noite…….. eh eh eh. Bjs pás duas!!!!!!

Luzinha

ADOOOOOOOROOOOOOO-TEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE! Gostei! Mas os sapatos na CalsoKa são o máximo! E 1 preço mínimo … de 100$$$ nos saldos!!!

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O maior número de contribuições poderia, por exemplo, contar com uma parte da nota ou uma redução das tarefas propostas de avaliação.

Este movimento seria acompanhado por um cartão de pontos, benefícios aos maiores contribuintes na divulgação e difusão. O word-of-mouth faria o resto, mantendo elevados os níveis de informação. Num verdadeiro fenómeno de crowdsourcing, os consumidores, alunos, poderiam lidar directamente com o fornecedor (da nota), e os usuários das redes sustentariam a reintermediação, com sugestões, opiniões ou mesmo dando respostas totais e definitivas.

Poderia até, surgir alguém com capacidade de recolha de informação e de selecção de respostas que colocaria à disposição dos utilizadores através de um blog (ou mesmo de um site): andacapassar.blogspot.com. Alguém mais vocacionado para essa coisa do empreendedorismo, poderia, por exemplo, desenvolver sistemas de resolução de testes, potenciando o conhecimento de outros, o cliente (aluno), não pagaria o conjunto de respostas ou explicações. Pagaria apenas uma comissão sobre a nota final, por exemplo, se tivesse um dezasseis, pagaria 16 EUR. Mantendo baixo o preço, choviam clientes, alunos, perdão, consumidores.

Mas os meios na internet não estariam esgotados, sem, por exemplo tomar a melhor apresentação off-line, que seria gravada em filme, num pequeno e musicado spot, que era colocado no YouTube (e no site), contribuindo com mais alguns pontos para os seus executantes.

Teria que se evitar os emails, banners e pop-ups intrusivos, por exemplo, exigindo saber métricas de avaliação, ou de medidas estatísticas de segmentos, o que é sempre complicado e usurpador das nossas liberdades de informação. Este seria o verdadeiro spam.

Mas banners e widgets divertidos, com dicas sobre uma ou outra definição do marketing, seriam bem-vindos e atraentes. O maior interesse adviria da capacidade de nos ajudarem a resolver o teste On-Line. Por exemplo:

Q: O MKT Tribal é:

R: A – Vermelho; B – é uma técnica que recorre a redes sociais…; C – Campeão nacional 2009/2010

(Haveria docentes que, em qualquer das respostas, tomaria a totalidade da cotação)

E como seria o teste?

Bom, seguindo o fenómeno da Cauda Longa e as inteligentes observações de Chris Anderson, as questões seriam colocadas no site e o usuário seleccionava apenas as que lhe interessavam, formando o corpo de um teste. Quanto maior o coeficiente de dificuldade levantado pela questão, maior o seu valor para nota. Logo, muitas questões fáceis, numa dada quantidade n, poderiam constituir o valor da nota total. Enfim, obedecer à regra 20/80…

Mas também seria free. Seguindo esta técnica, poder-se-iam fornecer parte das questões mais complexas, por gradação das mesmas ou completando uma questão mais aberta, onde parte da questão estaria desenvolvida para depois ser completada.

Mas esta ligação poderia ser potenciada, não só com valores de classificação, mas também com bilhetes para ir ao cinema ou ao circo, por exemplo.

Mas nada disto fará sentido se não se proceder à fidelização do aluno. Numa técnica de IDIC, o site poderia ser a porta de ligação a um CRM, onde estariam colocadas as diversas informações sobre o aluno e de relevância para a disciplina, por exemplo, com sistemas de informação onde corressem os diversos dados recolhidos do aluno compreendendo intervenções no site, no blog, no twitter. Avaliações em outras disciplinas, características do consumidor relevantes, como nº de citações de livros de marketing electrónico, etc.

O consumidor, perdão, o aluno, que participasse activamente, pelos diversos exemplos apresentados, seria beneficiado por um cartão de pontos virtual com direito a prémios e a componentes de avaliação. Este sistema teria em conta a fase de diferenciação, por exemplo, por categorias do tipo: aluno Bem Safo (15%), Quase Safo (60 %), e Isto Está Mau (25%). Este último encontra-se pouco fidelizado, mas mantém alguma lealdade até poder substituir a disciplina (não vá o Mefistófeles tecê-las).

Mas o primeiro segmento de alunos pode ser alvo de redobrado interesse, mantendo, por exemplo elevadas as visitas e idas ao circo da publicidade, com o atractivo das agências de publicidade e das associadas agências de modelos (presumo até que, neste tipo de envolvimento emocional, cairiam os do grupo 3…)

Este elevado potencial relacional pode trazer o consumidor, perdão, o aluno, no limite, para o mundo do Marketing, desejando-se que seja o melhor, para se tornar num marketer de referência.

Mas imaginemos que, por ventura, isto não traria sucesso no negócio da avaliação, perdão, ao sucesso da aprendizagem. As ferramentas não acabaram: poderia ser utilizado um movimento de marketing de guerrilha ou flashmob, por exemplo: Um grupo de seleccionados modelos, que transparecessem os típicos aluno e aluna, dançariam e cantariam o “I Gotta Feeling” dos Ervilhas com olhos. E transportariam cartazes com forte carácter ecológico e de responsabilidade social, dizendo: CHUMBO NÃO! O CHUMBO POLUI! E isto filmado em vídeo à porta da casa da professora!

Depois o movimento poderia passar para a porta da faculdade e quiçá para a porta do gabinete da professora, agora participado pelos seus alunos e … vá lá colegas mais vocacionados para a dança.

Isto é, viral.

Finalmente esta nota, que presumo, estará na mente de um qualquer professor, “Ah… Mas esta informação. Em tamanha quantidade e profusão, diversificada e partilhada, não é propriamente conhecimento. Assim, não...”

E é que não tem razão! Mas esse é o mundo onde temos vivido, sempre a apostar na capacidade de replicar o que se faz e aprende, e de forma cumulativa… E a Internet não é diferente, trata-se apenas de uma questão de volume, no limite é o chamado efeito pastilha elástica, só que aqui, neste imenso mundo, é partilhada por muitas bocas… O que vale é que vão aparecendo diversos e novos sabores, e sempre à dimensão de cada um. Ou de cada tribo.

Engraçado pormenor que o esforço relacional do marketing foi descobrir: há dez mil anos atrás andávamos em grupo a caçar e a recolher tudo o que pudesse ser comido no momento. Não esperávamos muito do amanhã, a não ser uma caverna, uma boa caça e um outro vegetal açucarado. E com esse sonho nos deitávamos todas as noites.

Mas um dia, num belo dia (como começam todas as fábulas que pretendem um final feliz), começamos a cultivar cereais e a recolher os animais mais mansos e saborosos e ficamos mais gordos e com a natureza à beira de um ataque de nervos.

Hoje, dez mil anos depois da primeira colheita, andamos em grupo, a recolher tudo o que pudemos usar no momento e o que esperamos do amanhã é alguma certeza.

1 comentário:

  1. Além de fisico, empreendedor e workaolic sem emenda, quiça um dia te possas tornar também um verdadeiro homem do marketing....!

    Já te tinha dito, um artigo fantástico, demonstrativo das novas formas de estar no mundo e de formas nunca antes imaginadas.

    Só um reparo ... e o word-of-mouse ???? Nota 19,5! Ah)

    Dina

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