quarta-feira, 19 de março de 2014

Android Wear - Google Now for your Body

A Google anunciou hoje o lançamento do Android Wear - ou seja um projecto para disponibilizar o sistema Android em "wearables". Os wearables são dispositivos electrónicos susceptíveis de serem usados como acessórios ou prolongamentos do corpo - a última fronteira da proximidade e mobilidade tecnológicas, depois de termos passado dos desktops, para os laptops, para os tablets e os smartphones. É verdade que estes últimos já andam quase sempre connosco, mas vestir ("wear") os dispositivos leva o conceito mais longe, e pode passar por relógios, sensores, óculos (os Google Glasses, lembram-se?), sempre ligados à rede.


A Google divulgou um vídeo mostrando as funcionalidades do novo wearable, para já disponível em formato relógio. Desde notificações automáticas com base na localização ou em actividade passada; resposta a perguntas colocadas pelo utilizador sobre, por exemplo, o resultado de um jogo de futebol ou o tempo que demora a chegar ao emprego; ligações a outros aparelhos e plataformas, permitindo acesso a playlists e redes sociais; e claro, um personal trainer digital que nos diz quando já estamos inactivos há muito tempo ou como podemos melhor os nossos treinos, e comparar com os dos amigos.

A presença da Internet nas nossas vidas vai tornar-se definitivamente ubíqua, anytime, anywhere? O que acham desta evolução? E quais os desafios / oportunidades para as marcas?

4 comentários:

  1. "Anytime, anywhere" levou-me imediatamente para a sétima arte e para a mítica frase de Travis Bickle, personagem interpretada por Robert De Niro no clássico Taxi Driver. E por falar em cinema e no contexto do artigo, nomeadamente do Android Wear, sugiro a todos que vejam o mais recente filme de Spike Jonze, "Her - Uma História de Amor". Além de ser de facto uma bonita história de amor, é também uma experiência gratificante para qualquer amante da sétima arte, onde podemos ver um pouco do que será o futuro, com a presença constante da internet. O filme passa-se num futuro não muito distante, onde estamos todos constantemente ligados e onde o smartphone ou a internet anda sempre connosco e sabe tudo sobre nós. No fundo teremos todos o nosso “assistente”, para nos lembrar dos emails, das reuniões, etc. etc. Claro que a parte da inteligência artificial já é matéria que não poderemos fazer muitas previsões e é o acrescento mais ficcional no filme, no entanto não deixa de ser interessante.
    Quanto a toda esta evolução vertiginosa que estamos a ter, observo-a por dois prismas. O primeiro onde a utilidade, o avanço, a facilidade e os melhoramentos da nossa vida em todos os sentidos são bastante aliciantes e encantadores. Por outro lado é de facto assustador saber que no fundo estamos constantemente vigiados, há “servidores” que sabem tudo sobre nós e a forma negativa com que isso pode ser usado assusta-me um pouco. Mas o que fazer? Não há como não entrar neste “comboio”… Vamos esperar para ver, estes temas estão em constante mutação e são bastante interessantes.

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  2. Mera coincidência, ou não, a revista Briefing publicou, ontem, uma entrevista com Filipe Neves, diretor técnico da agência de comunicação By, que afirma que “estamos a sair do marketing móvel e a entrar no marketing “embebido””.
    Filipe Neves reconhece a importância crescente que as plataformas mobile assumem na comunicação das marcas, tendo em conta que, atualmente, os indivíduos compram mais smartphones do que computadores e que, ainda este ano, vão ser vendidos mais tablets do que computadores, ao mesmo tempo que alerta para a necessidade de as marcas verificarem o modo como os seus conteúdos são visualizados nestes meios – design, usabilidade e velocidade são, na sua opinião, pontos chaves, quando se pretende proporcionar uma experiência agradável ao destinatário das mensagens. Segundo ele, “o futuro é móvel e as marcas têm de estar lá”.
    Mas, como no mundo da Web 2.0 os acontecimentos, meios, ferramentas… sucedem-se rapidamente, outra tendência futura, em torno do que apelidamos de marketing digital, será a conexão dos indivíduos a uma infinidade de informações e pessoas, através de aparelhos que fazem parte do seu quotidiano, sem que seja exigida qualquer ação da sua parte – no vídeo “Android Wear: Information that moves with you”, o relógio foi o objeto escolhido para a ilustrar. Como nota Filipe Neves, estamos em presença de uma lógica machine-to-machine, em que o indivíduo se torna parte interna do sistema de informação.
    A evolução percecionada conduz-nos a dois “problemas” intrinsecamente ligados à tecnologia: a portabilidade e a ligação homem-máquina. Os dispositivos têm vindo a tornar-se mais leves, possíveis e fáceis de transportar – anywhere. Com o Android Wear é sobretudo, na minha opinião, ao nível do anytime que os efeitos se refletem, pois trata-se de objetos banais que estão “colados” aos indivíduos. A partir do momento em que temos um relógio igual ao do vídeo, no pulso, estamos preparados para receber informação, porque, sem qualquer ação da nossa parte, ela simplesmente chega. Relativamente à ligação homem-máquina, pode dizer-se que nunca esteve tão próxima. Se o rato do computador é uma extensão do nosso braço, aquele tipo de relógio está embutido nele. Depois, temos a questão da atratividade dos dispositivos, dos blocos em tons de cinza aos ecrãs da Apple, em que, como constatava o professor Carlos Brito, numa aula de Marketing, fazemos festas. Os wearables têm, aqui, a vantagem de os utilizadores não estarem perante algo totalmente desconhecido, pelo contrário, mas algo a que foi acrescentado valor. Como escreve o Rui Gomes, eles trazem melhorias à nossa vida, facilitam-na: “assistentes”. A problemática da comodidade está, de facto, muito presente. Entre as one-stop solutions que os clientes reclamam aos fabricantes e o relógio que também calcula o tempo que alguém levará a chegar ao emprego não vejo grandes diferenças, o que me salta à vista é a comodidade.
    Para terminar, pode falar-se do desafio que, certamente, está evolução constitui para as marcas e para os indivíduos. Do mesmo jeito que reproduzir os conteúdos dos meios tradicionais, nos meios digitais, não produz um efeito positivo, porque os níveis de atenção não são iguais, visualizar do mesmo modo o website de uma empresa no monitor de um computador e no ecrã do telemóvel não será o mais aconselhável... Já os wearables poderão constituir para as marcas um novo meio de promoção, de diálogo com os públicos-alvo ou mesmo de alargamento dos serviços disponibilizados (exemplos: um restaurante a publicitar-se quando estamos fisicamente perto do espaço; uma marca de protetor solar a avisar que a partir de determinada hora devemos ter em atenção a exposição ao sol). Ao nível do consumidor individual, para além da comodidade, que particularmente me agrada, levanta-se, sem dúvida, a questão da privacidade. Provavelmente, terá de haver um reforço ao nível da legislação, de modo a proteger os consumidores da divulgação e fins menos éticos da informação recolhida.

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  3. A Disney encontrou também na "wearable tecnhology" uma oportunidade para tornar a experiência dos seus clientes ainda mais memorável e perfeita.
    Trata-se das pulseiras "Magic Bands" do novo serviço "MyMagic+" que será lançado este verão.
    Estas pulseiras estão ligadas à base de dados da Disney e permitirão aos seus utilizadores usá-las como bilhete de entrada nas diversões, cartão de pagamento, chave do quarto, etc.
    Este sistema, cuja implementação custou mil milhões de dólares, vai permitir também à Disney recolher dados sobre o comportamento dos seus consumidores.

    MyMagic+ Briefing:
    https://www.youtube.com/watch?v=X0z6MKmtDRE

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