Dia 10 de março a abstenção desceu e registou o seu valor mais baixo (33,77%) desde 1995. O que mudou? O que está a ser bem feito? Como captamos quem não se interessava por política?
Penso que esta taxa de abstenção
se justifique com muito mais do que uma simples “revolta” aquele que era o
nosso antigo governo. Já falamos de marketing político aqui no blogue e,
inclusive, os cartazes de muitos partidos portugueses refletem a importância
que os próprios partidos perceberam que o marketing teria na sua campanha.
Mas mais do que os cartazes, o
digital em si assumiu uma nova dimensão na política portuguesa. Talvez terem
demorado tanto a juntar-se às redes sociais pode-se associar ao medo de
perderem a seriedade ou a formalidade, que são tão dignas no mundo político.
Se os partidos portugueses
decidiram arriscar e juntar-se às redes sociais? Sim. E fizeram muito bem.
Estatísticas dizem que os jovens
se afastaram dos partidos mais antigos, tendo o PS assegurado os eleitores mais
velhos, IL e Livre conquistado os mais jovens e BE e PAN terem uma maioria
feminina. Sem falar no Chega que é falado como um partido que cresceu muito à
custa das redes sociais.
O número de seguidores e o
consequente “engagement” que os partidos têm nas redes sociais podem ir ao
encontro das estatísticas eleitorais. Se os partidos pretendem aproximar-se das
camadas mais jovens podem e devem juntar-se às redes sociais e eu acho que já
perceberam isso! A presença online dos partidos vem a crescer muito em
comparação com as Legislativas de 2022.
No TikTok os partidos com assento parlamentar estão em peso. O BE e o Chega são aqueles que contam com mais seguidores, sendo até uma diferença bastante significativa em relação aos restantes. Segue-se os seguidores de cada partido por ordem decrescente.
Mais do que as redes sociais,
acredito que fique muito bem e seja muito benéfico que os partidos políticos se
juntem a criadores de conteúdo online, sejam eles influencers e/ou youtubers.
Não sou a favor de youtubers
utilizarem os seus canais para fazerem entrevistas sobre política aos próprios
políticos. Não é nada mais nada menos do que dar espaço para o político dizer
tudo aquilo que quer sem que o entrevistador lhe consiga fazer frente. Jornalistas políticos são quem deve estar encarregue desse
trabalho.
No entanto, sou totalmente a
favor de entrevistas que consigam trazer ao de cima aquilo que os políticos são
além da sua profissão. É uma forma de nos aproximar de pessoas que nos parecem tão distantes de nós.
O comediante Guilherme Geirinhas lançou uma mini-série de entrevistas aos líderes partidários. Geirinhas afirma que todos foram convidados mas dois recusaram. Ainda que tendo 50 minutos, deixo-vos o primeiro episódio da série e no canal do Guilherme podem encontrar as restantes entrevistas, sempre num registo muito informal, tranquilo e humorístico. Questões sérias são evitadas nesta série.
Olá Ana. Achei o tema do teu post muito interessante! Sem dúvida que a adesão dos partidos às redes sociais/ plataformas digitais é uma estratégia muito inteligente e perspicaz para alcançar o público mais amplo, ou seja, os mais jovens, para posteriormente terem mais votos. Ainda assim, acredito que este tipo de presença nas redes sociais não deve invalidar o diálogo direto nos debates como vemos na televisão, ou entrevistas como referiste. Acredito que o uso das redes sociais é apenas uma boa forma de fortalecer, complementar e promover a participação cívica de cada vez mais eleitores e diminuir a abstenção.
ResponderEliminarOlá Inês! Obrigada pelo teu comentário. Concordo a 100% :)
Eliminar