Já todos ouvimos falar de artistas/bandas com estilos muito característicos, desde Lady Gaga, a Harry Styles e mesmo David Bowie, todos têm um fator diferenciador dos restantes...e depois temos os Sleep Token, que parecem ter saído diretamente de um ritual secreto, que fica entre um concerto de metal e um culto nórdico. E a verdade é que têm conseguido algo quase mágico: vender álbuns sem dizerem uma única palavra sobre eles. Literalmente.
Num mundo em que tudo é partilhado em tempo real, os Sleep
Token fazem o oposto — alimentam o silêncio, o segredo… e a curiosidade. E, funciona,
surpeendentemente bem.
Figura 1: Capa do Álbum Even In Arcadia e o Vocalista,Vessel
A banda tem um vocalista que se dá pelo nome de Vessel. Nome
de código, claro. Ninguém sabe quem ele é. O resto da banda? Também mascarados.
Entrevistas? Raríssimas. Redes sociais? Críticas, enigmáticas e cheias de
pistas dignas de um filme de mistério.
Sleep Token é o exemplo perfeito de como o mistério pode ser
a arma mais poderosa no marketing musical. Desde o anúncio de Even in Arcadia,
o álbum mais recente da banda, lançado a 9 de maio de 2025, ninguém percebeu
bem o que estava a acontecer. Em vez de
teasers tradicionais, o lançamento do álbum começou com um enigmático website
chamado “Show Me How to
Dance Forever”, onde fãs encontraram letras escondidas, um flamingo negro
que “aparecia” depois de um enigma resolvido e até coordenadas que levavam a um
monumento histórico em Inglaterra. A recompensa? Um convite para escolher entre
duas “casas” – Veridian ou Feathered Host – e entrar num universo paralelo de
conteúdo exclusivo.
Poucos dias depois, mensagens em código Morse surgiram em
contas de Instagram criadas propositadamente para cada “casa”, levando
seguidores até códigos
QR escondidos no Observatório Griffith, em Los Angeles. Cada pista
decifrada revelava títulos de singles como “Emergence”
e “Caramel”,
fazendo dos fãs não apenas ouvintes, mas verdadeiros detetives digitais que
partilham cada descoberta nas redes sociais.
Este jogo de caça‑ao‑tesouro culminou num boca‑a‑boca
imparável: plataformas de streaming anunciaram faixas e datas de tour através
de pistas disfarçadas de boletins meteorológicos, enquanto os seguidores
organizavam teorias em fóruns e TikToks. Ao transformar cada passo numa
experiência interativa, Sleep Token mostra que, por vezes, o silêncio e o
segredo valem mais do que qualquer campanha tradicional.
Agora, diz-me, ficaste a achar que mais artistas deviam usar o silêncio como estratégia de lançamento?
Fontes:
htps://www.youtube.com/watch?v=GAhoU1PtlbMhttps://www.peterruppert.com/p/7-marketing-secrets-behind-sleep?sd=pf
https://screenrant.com/sleep-token-new-album-release-updates-explained/
https://www.showmehowtodanceforever.com/
https://www.tiktok.com/discover/griffith-observatory-sleep-token
https://open.spotify.com/album/7y5CGrH0FgyOVKFtqhCzPH?si=z8HGJFsBRzWt4vSVBsQqKQ
https://open.spotify.com/track/3AdXwuFn7j21HNiFMXvZXt?si=2d514eb2974f4313
Olá Matilde! Destacaste algo muito curioso. Num universo digital povoado de conteúdo orgânico, pubs e relação e interação com os seguidores, existe ainda espaço para mais (ou menos, depende da perspetiva neste caso). O mistério envolto na dinâmica dos Sleep Token cria momentos de suspense e gera curiosidade. Segundo as minhas pesquisas, os concertos são mais aproximados a um ritual/culto. É criada uma experiência imersiva, emocional e sensorial, que enquadra a estratégia no marketing tribal.
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