sábado, 19 de maio de 2018

HATER - A aplicação de encontros que combina utilizadores por ódios e não por gostos


A tradição do Matchmaking acredita que as pessoas são unidas por gostos e paixões partilhados, mas uma nova aplicação de encontros combina pessoas que odeiam as mesmas coisas. As aplicações que existiam no mercado (como Tinder, Bumble ou Ok Cupid) combinavam as pessoas com base num interesse partilhado ou numa atracção física. A Hater é a nova aplicação cujo algoritmo, ao contrário dos concorrentes, faz o match dos utilizadores tendo por base não o que as pessoas gostam, mas encontra as melhores correspondências tendo por base o que a pessoa odeia, inclusivamente divide o topo do que odeia por estado.O mercado de “namoro on-line” continua a crescer não só em termos de empresas que lançam novas aplicações, mas também em termos de receitas, valendo US $ 1,3 biliões em 2017.


A app foi criada por Brendan Alper que em 2016 decidiu deixar de trabalhar na área de finanças (Goldman Sachs) e enveredar por uma carreira enquanto escritor de comédia. A ideia do Hater surgiu como uma ideia para uma sitcom, mas à medida que foi desenvolvendo a ideia, apercebeu-se de que existia uma lacuna no mercado e que esta app podia preencher.
A app foi apresentada no programa da ABC "Shark Tank" e Alper fechou um investimento com o investidor Mark Cuban no valor de $200.000.

O lançamento público ocorreu no dia 8 de fevereiro (sim, bem a tempo do Dia dos Namorados). O ódio é uma palavra forte, mas nós realmente não gostamos de muitas coisas. esta é a aplicação certa para quem não gosta de muitas coisas, exceto de namoro on-online. Se o utilizador por exemplo não gosta de longas caminhadas na praia, beber pina coladas e passear à chuva, o Hater vai encontrar alguém que também despreza essas mesmas coisas.

Hoje em dia existem cerca de 4.000 tópicos disponíveis para interacção na app. O design da aplicação é elegante e user friendly. A parte mais divertida do Hater é percorrer os diferentes tópicos existentes e “dizermos” se gostamos ou odiamos. A app está disponível para download na Apple Store e na Google Play e já foi feito o download da mesma, mais de um milhão de vezes.Um dos tópicos mais odiados por homens e mulheres até agora, foi o da eleição presidencial americana em 2016.


Para o utilizador encontrar o seu par apenas tem de deslizar os dedos na tela: para cima para marcar o que “ama”, para baixo para marcar o que “odeia”, para direita para “curtir” e para a esquerda para “não curtir”. Após responder a alguns tópicos, a app, então, combina o perfil com os de outras pessoas que também não gostam das mesmas coisas que o utilizador.

Tal qual no Tinder, caso surja alguém interessante, o utilizador pode deslizar o dedo para a direita para “dar match” com a pessoa. Essa ação permanece anónima até ela também indicar que se interessou. No caso de os dois utilizadores não interagirem, a app disponibiliza um mini-jogo de completar frases que ambos devem preencher para ajudar a “quebrar o gelo”.
Como casos de sucesso da utilização do Hater, Alper numa entrevista à CNBC afirmou: “Ainda não temos casamentos, uma vez que faz um ano que lançamos a app, mas temos pessoas que namoram há quase um ano". 
A sua história de sucesso preferida aconteceu com um casal que tinha aversão ao Super Bowl e que em vez de assistir ao evento, preferiam sair para se conhecer e ver um filme.
Tendo por base a opinião dos utilizadores do Hater, podemos ver abaixo qual o principal tópico por estado americano, que os utilizadores mais odeiam:

Para o utilizador a app é neste momento gratuita, e por isso o fundador estuda monetizar a app através da publicidade (publicidade dirigida aos utilizadores que não gostam de um determinado tópico) e/ou através de uma assinatura premium para os utilizadores.

Fontes:
https://www.haterdater.com/
https://mashable.com/2017/11/27/hater-dating-app-mark-cuban-shark-tank/#ona9Ykl16sqVhttps://www.cnbc.com/2018/02/09/on-this-dating-app-every-one-is-a-hater--and-it-brings-people-together.html?__source=sharebar|twitter&par=sharebarhttps://www.cnbc.com/video/2018/02/09/hater--for-daters.html

1 comentário:

  1. De acordo com o artigo “Bad is Stronger than Good” (link abaixo) em que a principal ideia é: “Quanto maior o poder dos eventos ruins sobre os bons, sendo estes grandes eventos da vida como, resultados de relacionamentos pessoais, padrões sociais, interações interpessoais e processos de aprendizado. As emoções ruins, pais ruins, e feedback negativos tem mais impacto dos que os bons, e que as informações ruins, é processada mais intensamente pelo cérebro do que as boas.”
    A tendência de se ater a uma experiencia ruim é a que fica na memoria, e com mais detalhes, e assim provavelmente podemos entender o comportamento humano de que a aversão a algo pode unir justamente por agregar este “ódio” ao fato de sermos um “animal social”.
    http://assets.csom.umn.edu/assets/71516.pdf

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