quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

"We #too Believe": nova campanha da Gillette arrasa (ou é arrasada?) nas redes sociais


Será a masculinidade "tóxica"? No anúncio "We Believe", com cerca de 2 minutos de duração, a Gillette abandona o seu velho slogan “The best a man can get” e começa por perguntar: “Este é o melhor homem que consegue ser?”. Segue-se uma série de episódios do quotidiano que ilustram situações de sexismo, machismo ou assédio sexual, numa alusão aos casos denunciados pelo movimento #metoo, questionando a própria essência da masculinidade. No final, e com o slogan “Porque os rapazes que vemos hoje serão os homens de amanhã”, há uma sequência de cenas entre pais e filhos, com os pais a ser o exemplo para as crianças, separando-os de lutas ou a serem apenas carinhosos.



O anúncio da Gillette gerou polémica e tornou-se rapidamente viral. No YouTube, o anúncio gerou, em apenas dois dias, mais de 11 milhões de visualizações, mais de 256 mil gostos e 631 mil não gostos. Há quem elogie o anúncio, mas também quem ameace fazer um boicote à empresa, dizendo que se trata de “propaganda feminista” ou que representa um insulto para os homens.  Sobretudo clientes da marca, que ameaçam deixar de comprar os produtos Gillette, por se dizerem ofendidos e, mesmo, indignados com a mensagem transmitida, como p.e. o ator James Woods ou o apresentador Piers Morgan. 



"Gillette believes in the best a man can be", afirma o presidente da P&G Global Grooming. “Ao pedirmos contas uns aos outros, ao eliminarmos as desculpas para o mau comportamento e ao apoiar uma geração a trabalhar no sentido de alcançar o seu melhor, podemos ajudar a realizar mudanças positivas que irão fazer a diferença no futuro”.



Esta iniciativa surge no seguimento de outras campanhas de grandes marcas globais relacionadas com questões sociais ou políticas. Em 2018, também a Nike desenvolveu uma campanha com a estrela da NFL, Colin Kaepernick, jogador que foi proibido de jogar, e recebeu críticas do próprio Donald Trump, por se ter ajoelhado durante o hino nacional como forma de protesto contra o racismo. Também neste caso várias vozes se levantaram contra a marca e ameaçaram boicotar a compra dos seus produtos, mas o resultado acabou por ser um crescimento das vendas maior do que o esperado.

Nos dias de hoje, os consumidores cada vez mais querem que as marcas, para além de venderem produtos e serviços, defendam valores com significado e com os quais estes se identificam. A associação das marcas a conteúdos relevantes e partilháveis - sejam estes emocionais, empáticos, humorísticos, defensores de uma causa ou até polémicos - ou seja, o marketing de conteúdo, revela-se uma das formas mais eficazes de atrair a escassa atenção da nova geração de consumidores millennials
Concordam? Qual a opinião sobre as últimas campanhas desenvolvidas por marcas como a Nike ou a Gillette? Lembram-se de outras campanhas semelhantes recentes?

Fontes:
https://expresso.sapo.pt/sociedade/2019-01-15-Milhares-ameacam-boicotar-a-Gillette-por-causa-de-campanha-contra-a-masculinidade-toxica#gs.GU4scdeK
https://observador.pt/2019/01/15/este-e-o-melhor-homem-que-consegue-ser-novo-anuncio-da-gillette-arrasado-nas-redes-sociais/
https://www.wired.com/story/gillette-we-believe-ad-men-backlash/

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