quinta-feira, 23 de maio de 2019

Philip Morris suspende campanha de Marketing Digital ligada ao tabaco aquecido

Cada vez mais as pessoas têm mais consciência dos malefícios do tabaco, é então que as empresas viram, com a evolução tecnológica, uma oportunidade de aliciarem os consumidores de tabaco, não a deixar de fumar, mas a consumir um outro tipo de tabaco “menos prejudicial”.
É então, que a empresa Philip Morris, uma das maiores empresas tabaqueiras do mundo, lança o IQOS, uma máquina que em vez de queimar o tabaco, como os cigarros normais, aquece-o. Isto, segundo a marca, permite ao fumador saborear o verdadeiro sabor do tabaco, com três vantagens: não tem produz tanto cheiro, não tem cinza e não tem fumo.



A empresa procurou os cientistas mais bem conceituados e investiram mais de 3 mil milhões de dólares, percorrendo um total de 10 anos para melhorar o design, ciência e tecnologia por traz desta invenção.
Embora haja alguns estudos que comprovam que o tabaco aquecido tem menos malefícios do que o tabaco tradicional, não há estudos que o provem a 100% a longo prazo, visto ser uma inovação relativamente recente.
Posto isto, não havendo 100% de certezas de que é assim tão mais favorável e não é de todo saudável, visto que estamos a falar de substâncias que afetam gravemente a saúde, as empresas produtoras de tabaco não podem fazer publicidade ao tabaco, seja ele de que tipo for.

Segundo o artigo 6º do Decreto-Lei n.º 226/83 : Difusão através dos canais publicitários
“1 – São proibidas todas as formas de publicidade ao tabaco através de canais publicitários nacionais ou com sede em Portugal.
2 – Para efeitos do presente diploma, entende-se por publicidade toda a divulgação que vise dirigir a atenção do público para um determinado bem ou serviço de natureza comercial com o fim de promover a sua aquisição.
3 – O disposto no n.º 1 não é aplicável à informação comercial circunscrita às indicações de preço, marca e origem exibida nas montras dos estabelecimentos que vendam tabaco ou objetos de consumo diretamente relacionados com o seu uso.”

O mesmo não foi cumprido pela Philip Morris International (PMI) assunto sobre o qual se debruça este post.


A Philip Morris, utilizou o marketing digital, recorrendo a jovens influenciadoras para aumentar as vendas das suas novas maquinas de tabaco aquecido. Foi então que a agência Reuters questionou a responsabilidade social desta multinacional, o que fez a Philp Morris suspender esta campanha.
Uma das influenciadoras utilizadas pela empresa, foi a Alina Tapilina com 21 anos.


“Embora a influenciadora em questão seja uma fumadora adulta em idade legal, tem menos de 25 anos e a nossa orientação exigia que os influenciadores tivessem mais de 25 anos de idade. Esta foi uma clara violação dessa orientação”, admite fonte da empresa Philip Morris.
Percebe-se com isto, o marketing digital pode ser muito perigoso para as marcas e todo o cuidado é pouco na hora de contratar um influenciador para promover os seus produtos, já para não falar na responsabilidade social das marcas, que muitas vezes, como é o caso, é posta de lado.

De certo, que tal como a Philip Morris, outras marcas cometeram erros semelhantes, sabem de algum exemplo?

3 comentários:

  1. A propaganda no setor de tabaco é sempre complicada e cada vez mais difícil associar uma pessoa fumante com determinado lifestyle.

    ResponderEliminar
  2. Interessante notícia!! apesar de ser fumadora nunca fui adoptante ou apoiante deste tipo de alternativas ao tabaco original, sempre tive noção que o tabaco faz mal, é certo, mas estas soluções também não trazem nada de benéfico para os consumidores, pelo contrário. Lembro-me quando começaram a surgir os primeiros cigarros eletrónicos, foi muito semelhante a este caso, na altura teve um enorme sucesso, mas rapidamente começaram a sair noticias que punham em causa a sua função e a segurança. Os químicos que estes continham começaram a ser investigados e os resultados provavam que conduziam a problemas de saúde, em especial ao coração e ao pulmão, mas também à bexiga e ao estômago, mesmo que usado por pouco tempo (2 a 3 meses).

    ResponderEliminar
  3. Caso interessante, mas apesar das críticas e algumas 'machadadas' que os países e respectivas proibições têm desferido nas tabaqueiras, elas têm conseguido esquivar-se às proibições e continuar a aparecer. Não só começaram a utilizar influencers, como continuam a recorrer aos desportos motorizados.
    A Fórmula 1 é exemplo, proibiu parcerias e publicidade ao tabaco em 2007, contudo a Phillip Morris e a British American Tobacco têm conseguido desviar-se dessas proibições e aparecem inscritas nos carros, uniformes e merchandising das equipas com nomes diferentes, mas que fazem alusão e publicitam o mesmo: tabaco e os seus produtos mais ou menos inovadores.
    Este artigo ilustra bem a questão: https://www.theguardian.com/business/2019/may/11/formula-one-ferrari-mclaren-e-cigarette-advertising

    ResponderEliminar