sexta-feira, 24 de maio de 2019

Sustentabilidade, uma moda?

Num mundo em que cada vez mais a sustentabilidade e todas as polémicas em torno deste assunto são alvo de diversos debates e discussão em todos os meios e órgãos de comunicação, as marcas têm cada vez mais a necessidade de se adaptarem a esta realidade. Seja porque realmente consideram uma questão importante e passa por um dos seus valores e pela sua própria estratégia no âmbito de responsabilidade social, seja porque, cada vez mais, se não o fizerem não são bem percebidas e são até ultrapassadas pelas concorrentes. O que é certo, é que recentemente temos assistido a diversas estratégias levadas a cabo neste sentido, ressalvando a importância de um mundo mais sustentável. Temos, como exemplo, a tentativa de precaver o avanço de todos os problemas previstos com a utilização excessiva de plásticos. Além de ter sido um assunto discutido e terem sido aprovadas leis nesse sentido, parece que algumas marcas estão realmente a reunir esforços, de implementação de estratégias que permitirão cumprir esta nova regra imposta (ou pelo menos tentar), eis de seguida alguns exemplos.

“Desde 2017 que a Adidas se virou para a moda sustentável com a criação de modelos de sapatilhas feitos a partir de plástico com origem nos oceanos. (…) Nos últimos dois anos, a Adidas vendeu seis milhões de sapatilhas produzidas a partir de plástico. “



Também a cadeia de supermercados do Continente já se fez notar indicando que “quer acabar com sacos plásticos na fruta e legumes”, anunciando que “a cadeia está a oferecer alternativas sustentáveis aos clientes: podem optar por levar os seus próprios sacos de casa ou recorrer a sacos reutilizáveis feitos em algodão disponibilizados pelo Continente.”. Juntamente com outras declarações a marca está assumir uma estratégia que se enquadra no âmbito do projeto "Compromisso para o uso responsável do Plástico", divulgado recentemente.


A Delta, na passada semana, anunciou a criação de uma cápsula de café sustentável: 100% orgânica e biodegradável, sendo por isso pioneira nesta inovação, citando, trata-se portanto de “estratégia de sustentabilidade e apresentou vários compromissos nas vertentes económica, social e ambiental. O objectivo é reforçar o seu papel na construção de um Mundo cada vez mais sustentável”, “0% plásticos, 0% micro-plásticos e 0% alumínio”.



Todos estes exemplos demonstram realmente a preocupação das marcas em considerar importante este assunto e em tentarem ser pioneiras, cada uma nas suas áreas, pela inovação dos seus produtos e implementação de estratégias (de marketing, ou não – é questionável!) que irão, de facto, permitir a redução da utilização de plástico; que permitirá cumprir o objetivo primordial de cada uma das campanhas: contribuir para um mundo mais sustentável!

Para finalizar, sendo os consumidores cada vez mais preocupados com estas questões do ambiente, do biodegradável e do sustentável, ao ponto de para muitos se ter tornado inclusive num estilo de vida, e estando nós perante uma fase/moda em que qualquer produto que apresente o rótulo de “biodegradável”, “biológico”, é, à partida, percebido pelo consumidor como “amigo do ambiente”, estarão as marcas realmente também preocupadas com esta questão da sustentabilidade, ou, em algum destes casos, a captação da atenção e aceitação pelo consumidor fala mais alto, tratando-se portanto apenas de uma mera estratégia de marketing, em que depois de analisados os sues moldes de atuação se verifica não se enquadrar com a forma como realmente atuam?!

Fontes:
https://marketeer.pt/delta-apresenta-capsula-de-cafe-sem-plastico/
https://marketeer.pt/continente-cria-alternativa-aos-sacos-de-plastico-para-fruta/
https://www.publico.pt/2019/04/12/p3/perguntaserespostas/supermercados-muda-fim-plasticos-fruta-pao-legumes-1869047
https://nit.pt/fit/ginasios-e-outdoor/adidas-vai-transformar-plastico-dos-oceanos-11-milhoes-sapatilhas
https://www.bcsdportugal.org/noticias/as-marcas-e-a-sustentabilidade

3 comentários:

  1. Tema muito pertinente, Maria Helena!
    Para além dos exemplos que apresentas, vi recentemente que a Mango também está a apresentar soluções mais sustentáveis do ponto de vista ambiental. A marca vai apostar na confeção de calças em algodão orgânico e reciclar, conseguindo assim que 38% das calças de ganga tenham propriedades sustentáveis.
    Quanto à questão que colocas, acredito que haverá vários fatores a contribuir para estas mudanças nas empresas. Por um lado, há uma maior consciencialização para os problemas ambientais e, por outro, há a necessidade/vontade da marca de estar do lado dos seus consumidores.
    Concluído, acredito que esta seja uma estratégia de protecionismo da imagem das marcas, antevendo possíveis “ataques” dos consumidores, que como vimos em alguns exemplos das aulas, podem ser bastante prejudiciais para a sua notoriedade.

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  2. A sustentabilidade está na moda, felizmente ou não. De facto, há empresas como as que mencionaste que criam campanhas de marketing neste âmbito e que têm efetivamente repercussões internas ao processo produtivo.

    Mas tudo isto faz-me lembrar a história do "biológico" que já começou há alguns anos... Por exemplo, os frangos com este tipo de certificado têm como única diferença entre os mesmos e os ditos "normais" o facto dos primeiros passarem meia hora ao ar livre (não sei se entretanto a Norma ISO se tornou mais criteriosa, já li isto há alguns anos). Ou então esta nova febre resultado do branding que faz com que o consumidor pense que todos os produtos que têm "biológico" na embalagem são automaticamente saudáveis e, na verdade, quando se lê o rótulo estes contêm quantidades de óleo de palma e de açúcar muito superiores às alternativas supostamente não tão saudáveis (e bem mais baratas).

    Tenho a sensação que a sustentabilidade vai entrar por este caminho. Espero que o resultado não sejam campanhas de marketing ligadas à proteção do ambiente seguidas por empresas que nem uma política ambiental têm. Muitos esforços pela imagem e poucos pelo impacto ambiental...

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  3. Excelente post Maria Helena!

    De facto mostraste vários exemplos importantes e espero que verdadeiros! Muitas vezes as marcas escondem-se por trás da imagem bonitinha que querem passar mas na verdade não são nada amigas do ambiente! Cabe a nós, enquanto consumidores, estar atentos e informados e perceber o que comprar.

    A H&M lançou também a sua coleção conscious mas foi já criticada quanto ao modo de fabrico das suas roupas. Acabamos por nunca saber o que está por trás da imagem que nos é transmitida tornando-se difícil agir corretamente.

    Contudo cabe-nos ser interessados e ler sobre o assunto a fim de tomarmos a melhor decisão para nós. Entrando na indústria alimentar que tenta também cativar o clientes com a premissa da sustentabildiade, bem sabemos que o rótulo "biológico" significa apenas uma produção biológia e não baixo em açucares ou saudável. Temos de saber ler rótulos, e perceber o que entra na constituição de cada produto. Infelizmente tudo está a piorar e a ser produzido de forma geneticamente alterada.

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