A Superbowl delicia-nos todos os anos com alguns dos melhores anúncios publicitários. Alguns sérios, alguns com muita graça, alguns simplesmente esquizofrénicos.
Para quem não conhece, a Superbowl é o jogo da final da NFL (National Footbal League, em português, liga nacional de futebol (americano)). É um dos grandes eventos desportivos e, como sabemos, nos States, em grande quer dizer EM GRANDE. Mais de 100 milhões de espectadores e, relevante para os nossos propósitos, 30s de espaço para anúncios custaram, este ano, 4.6 milhões de euros. Escusado será dizer, mas dizemos ainda assim, as expectativas são aaaltas!
A GM, gigante motorizada, na verdade General Motors, mas gigante da indústria automóvel americana tem um plano de descarbonização e pretende atingir a produção automóvel 100% eléctrica até 2035! Como juntos vamos mais longe e a GM tem, claramente, o desejo de partilhar a sua ambição com os seus (potenciais) clientes e fazê-los aderir a este projecto de mobilidade, lançou um anúncio sério, divertido e, convenhamos, um pouco esquizofrénico. Recrutou o identicamente adjectivável Will Ferrel e apelou ao sentido competitivo dos americanos na prova mais competitiva do ano.
Parece que são os noruegueses os campões mundiais dos EV, veículos eléctricos, na sigla inglesa. Provocados por Will Ferrel, a sua boa educação levou-os a promover uma recepção adequada aos complexos americanos. O resultado foi um vídeo produzido pela Universidade Norueguesa de Agder, protagonizado por alguns dos seus docentes e discentes.
Temos falado da presença de espírito que algumas empresas têm ao responder aos seus clientes. O LIDL foi exemplo numa publicação neste mesmo blog. As vantagens de uma postura aberta e verdadeiramente interactiva com os seus clientes são o reconhecimento da marca, associação positiva de sentimentos à marca, consumer engagement nas suas várias dimensões, no qual o passa-a-palavra positivo é muito relevante. Neste caso, a GM, por acidente, obteve uma resposta de uma nação que pode agora capitalizar.
A meu ver existe aqui a possibilidade de criar uma narrativa internacional, para lá do conteúdo visual. O tema é sério e toda a consciencialização é necessária. Perante a criação dinâmica e dialogante de conteúdos entre marca e consumidor (nem isso) parece existir o potencial para extravasar a bidimensionalidade da uma campanha.
Se fossem vocês, o que fariam?