sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

E se as redes sociais forem as novas plataformas de emprego?

O marketing e o digital tornaram-se de tal forma próximos, que hoje em dia não faz sentido falar de um sem pensar sobre o outro. Neste sentido, as empresas e respectivas marcas perceberam que de facto existe uma imensa potencialidade em explorar a geração de consumidores que "faz a sua vida" no digital: seja para compras, para fazer pesquisas, para ouvir música, para ver cinema ou até para criar uma carreira profissional. Redes sociais como Instagram e o Youtube são cada vez mais redes onde as pessoas se envolvem.
Os consumidores de hoje em dia, são os que recorrem aos fenómenos gratuitos (como as apps), à interatividade que as redes sociais potencializam e ao word of mouth que circula online para formular a sua opinião. Desta forma surgem os influencers, que exploram a imagem de normalidade e proximidade com os utilizadores/seguidores, apostando num nicho de mercado (seja de moda, de aventura, de viagens, ecologia, animais, familía, experiências, alimentação, estilo de vida, etc) aumentando assim a sua plataforma (não só em número de seguidores, mas também em termos de alcance dos seus posts). Tendo em conta o alcance destes influencers, as marcas procuram criar parcerias com os mesmos, relacionando o objetivo da marca com o âmbito do influencer, tornando-os brand ambassadors, sabendo que o #ad vai chegar ao público alvo desejado.


Vejamos o exemplo da Helena Coelho em Portugal. Iniciou-se no mundo das redes sociais pelo Youtube, fazendo vídeos de maquiagem e moda. Aos poucos criou a sua plataforma, conseguindo ganhar prémios de mérito, mas também estabelecer relações com grandes marcas e ter parcerias com importantes empresas. Como a própria afirma numa entrevista dada ao blogue Frederica: "Mas só te tornas realmente influenciadora quando tens taxa de conversão. O que tu falas nas redes sociais esgota no dia seguinte? Então és, oficialmente, influenciadora e não há como dizer o contrário."
Para além do exemplo mencionado, e não só a nível nacional, existem imensos influencers, que por diferentes plataformas conseguem construir uma carreira profissional estável, fazendo o que mais gostam sobre os temas que mais gostam de partilhar. Este crescimento é sustentado pelo novo tipo de consumidores: os millennials. São os consumidores peer-to-peer, que decidem com base no que os "amigos" online sugerem, no que os influencers partilham.
Assim, cada vez mais as empresas devem apostar neste tipo de publicidade, porque é a forma mais eficaz de chegar a quem querem e terem os resultados de vendas que pretendem (engagement).Numa altura em que se discute a presença da sociedade nas redes socias, será que esta forma de abordar os consumidores terá futuro? Concorda que esta é uma forma eficaz, não só para as empresas, mas também para os influencers de atingir os seus objetivos? Podemos falar de carreiras profissionais nas redes sociais?
Fontes:
https://www.forbes.com/sites/theyec/2018/06/13/are-social-media-influencers-the-next-generation-brand-ambassadors/#7ee36fd1473d
https://frederica.pt/2018/11/19/helena-coelho-uma-youtuber-de-beleza-inspiradora/

2 comentários:

  1. Esta discussão é interessante. A sustentabilidade da produção do conteúdo e da manutenção da relevância social é um tópico em aberto.

    Os ciclos de engajamento dos canais/influenciadores estão cada vez menores, uma vez que a barreira de entrada de novos canais é praticamente zero e o público está sempre ávido por novidades.

    Manter-se relevante, com uma conversa activa com um determinado público-alvo ao longo de 3,4 5 anos, actualmente é difícil. Os assuntos esgotam, o influenciador se esgota.

    Muito se discute, também, sobre a pressão que as pessoas por trás dos canais sofrem. É preciso criar sempre, todos os dias, ou sua relevância no index do Youtube cai.

    Recentemente PewDiePie, maior canal do Youtube no mundo, falou sobre as dificuldades de se manter relevante.

    Acredito que essa discussão ainda avançará por um tempo até termos dados seguros sobre a sustentabilidade destes modelos de negócio, afinal, Youtube e Instagram, enquanto redes mainstream, não tem nem 10 anos.

    Fonte: https://www.thisisinsider.com/youtube-burnout-alishamarie-pewdiepie-casey-neistat-describe-pressures-of-the-industry-2019-1

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    1. Concordo que manter a relevância não é nada fácil, que a criação de conteúdo e essa pressão associada será em certos momentos muito dificil.
      No entanto não acho que esta forma de influenciar se esgote em tão pouco tempo. Veja a nova geração Z e as estatisticas associadas: as crianças 2000 nascem para trabalhar o touch e para viverem no digital. São utilizadores (quase) permanentes do digital e dos visuais. Hoje os desenhos animados não são os que passam na televisão mas sim no Youtube, entre muitos outros exemplos.

      Fonte: https://www.criteo.com/insights/gen-z-social-media/

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