quarta-feira, 12 de maio de 2021

Quantas vezes já pensou em apagar as suas redes sociais?

Já falamos aqui no blog bastantes vezes sobre redes sociais, tanto das suas vantagens, como das desvantagens, e já debatemos a questão do FOMO (Fear of Missing Out), que é uma das principais razões para as pessoas estarem constantemente a verificar as suas redes sociais, etc.

Ainda assim, há um ponto muito importante e que não é muito referido, que é o debate interno (e muitas vezes constante) de cada um de nós sobre se devemos ou não apagar a nossa conta numa ou em várias redes sociais. 

Relativamente a este assunto, li recentemente um artigo que mostra que o volume de pesquisas no Google que indicam que os indivíduos querem apagar uma rede social tem aumentado bastante, com pesquisas como "Como excluir o Facebook?", "Como apagar uma rede social?", entre outras. 


De acordo com a pesquisa feita pelo Reboot Online, os Americanos são os que fazem mais este tipo de pesquisas, com cerca de 36.594 pesquisas online por dia, o que equivale a 0,363% do total de usuários de internet americanos. Seguem-se países como a Índia, Reino Unido, Canadá e Austrália, sendo que a nossa vizinha Espanha ocupa o 20º lugar, com 0,008% de espanhóis que usam a internet, a querem apagar redes sociais mensalmente. 

Como primeira instância, estes números até podem parecer insignificantes, e de facto ainda não apresentam grande relevância, mas, na minha opinião, têm tendência para aumentar. Seja pelo facto de haver demasiada (e cada vez mais) publicidade, seja pela pressão emocional que causam (conceitos de beleza irrealistas, o facto de as pessoas só mostrarem o "lado bom" das suas vidas nos seus perfis, etc), seja pelo tempo precioso que nos fazem perder e a dificuldade de atingir um equilíbrio (visto que navergar numa rede social muitas vezes acaba por ser viciante e perdemos mais tempo do que queríamos), seja pelo medo de nos expormos demasiado (sendo que hoje em dia existem "críticos" no online para qualquer coisa que façamos), entre outras. 

Arrisco-me a dizer que a maioria de vocês já pensaram pelo menos uma vez em apagar uma rede social. Estou certa? 

Eu penso várias vezes, sendo que já efetivei na prática esse pensamento em relação ao Twitter há uns anos (devido a considerá-la uma das redes sociais existentes mais tóxicas, a meu ver), e desde então que não me arrependi. No entanto, apagar de vez todas as redes sociais é uma decisão que ainda não me vejo a tomar, talvez um pouco relacionado com a questão do FOMO (agravada com a questão da pandemia, porque os contacto físicos têm de ser reduzidos), sendo que neste momento o que tenho tentado é encontrar o tão difícil equilíbrio - reduzindo o tempo que passo em cada rede social e fazendo uma "limpeza" das pessoas e páginas que sigo, de modo a mitigar o ambiente tóxico e tornar a navegação como uma coisa positiva, seja para ganhar inspiração, ler notícias, ou ter contacto com amigos.

Nos tempos que correm acho que a expressão popular "Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és", passou a fazer sentido ter uma versão para o online: "Diz-me quem segues e dir-te-ei quem és". O grande desafio é conseguirmos filtrar quem seguimos e quem nos segue, de modo a fazer jus a esta expressão.

Concordam? Sentem que conseguem filtrar quem seguem e quem vos segue, e atingir o equilíbrio na utilização das vossas redes sociais? Já alguma vez pensaram que seria melhor para vocês se apagassem uma rede social, mas não o conseguem fazer na prática por alguma razão em específico?

Fonte

2 comentários:

  1. Olá Ângela!
    Estava a ler este post e ao mesmo tempo fui refletindo sobre o meu caso em particular. Respondendo à tua pergunta, sim já pensei em apagar algumas redes sociais, mais do que uma vez até! No entanto, nunca levei a ideia para a frente... Com a pandemia vim me a aperceber que passo muito tempo nas redes sociais e a verdade é que esse tempo poderia ser gasto em algo bem mais útil. Decidi, então, tomar uma decisão que nem é 8 nem 80 e coloquei limite máximo diário de utilização, no telemóvel, para as redes sociais. No meu caso, penso que a minha atitude não tem como base o FOMO, mas sim um vício, visto que tenho consciência de que não vou ao Instagram, por exemplo, para saber o que os outros andam a fazer. Dou por mim a ir a esta rede social apenas para passar tempo, não prestando grande atenção ao que vai surgindo.
    Um aspeto que referiste como sendo um dos motivos que leva as pessoas a quererem apagar as redes sociais foi a publicidade e estou totalmente de acordo. Ao contrário do passado, hoje somos constantemente bombardeados com publicidade e esse aspeto também me leva a ficar "farta". Para além da publicidade pelas próprias marcas, o recurso a influencers como meio de divulgação de produtos também é cada vez mais comum. Já não é a primeira vez que deixo de seguir alguém, pois acho que a essência dessa pessoa se perdeu e agora e os seus conteúdos são maioritariamente a exposição de produtos.
    Posto isto, a decisão mais sensata deveria ser apagar as redes sociais, mas, tal como tu, não me vejo a tomar esta decisão brevemente.

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  2. Olá Ângela! Identifiquei-me muito com o que abordas neste post. Tal como tu, há uns anos decidi apagar o twitter por sentir que estava constantemente a "coscuvilhar" a vida de pessoas que, muitas das vezes, nem conhecia assim tão bem, pelo tipo de publicações que elas lá colocavam. Além disso, as guerrinhas que tantas vezes por lá aconteciam não eram de todo algo com o qual me identificasse e que quisesse que fizesse parte do que consumia no meu dia-a-dia. Ainda assim, apagar o twitter seria idealmente um primeiro passo para me desligar um pouco das redes sociais mas que confesso que acabou por ficar por aí, pelo menos para já, muito pela questão FOMO como mencionas que foi sem dúvida impulsionado ainda mais agora com a pandemia.
    Ainda assim, sinto que a pandemia me veio ajudar a fazer uma limpeza nos conteúdos que consumia porque me foi mais fácil reconhecer qual o conteúdo que realmente sinto que me acrescenta algo, do conteúdo que não me acrescentava nada e pior, muitas das vezes até me retirava era algo, quanto mais não fosse o meu bem-estar comigo mesma.
    Por exemplo, como escreves e a Maria Sofia também menciona no seu comentário, comecei a sentir que certas pessoas que seguia (por acreditar que tinham um conteúdo com o qual me identificava) ficaram limitadas naquilo que produziam devido à pandemia e hoje em dia a maioria do que publicam anda em torno de posts publicitários, e às vezes mais do que um post desses por dia. Não só esse bombardear constante de publicidade acabou por ser maçador, mas o próprio sentimento de manipulação que comecei a ter e que me levou por vezes a consumir determinadas coisas que sei não teria sentido a necessidade de consumir se não tivesse visto determinado post, fizeram-me tomar a decisão de parar de seguir completamente certas contas e limitar aquilo que via a um conteúdo que realmente me agrada e, sobretudo, que não me faz estar numa comparação constante com terceiros e a cobiçar a vida que eles mostram ter.
    Acredito que a seguir este curso, muitas empresas terão de alterar a sua estratégia porque vai tornar-se cada vez mais cansativo lidar com a quantidade de publicidade que nos é impingida e poderá facilmente acabar por ter um efeito contrário ao que é pretendido com ela.

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