terça-feira, 29 de junho de 2010

Maré-negra: BP comprou palavras-chave na Net

A BP comprou as palavras-chave mais usadas nos motores de busca da Internet relacionadas com o desastre ambiental no Golfo do México para reenviar os internautas para o seu site.

Confrontada com o desastre para a sua imagem provocado pela maré-negra sem precedentes no Golfo do México, a BP comprou nos motores de busca Google, Yahoo! e Bing os termos "maré-negra", "maré negra no Golfo do México" e outras expressões conexas.

Em resultado, quando se faz uma pesquisa por estas palavras aparece, no alto da página, uma ligação apoiada ("sponsorisada") para o site da BP, acompanhada da mensagem: "Para saber mais sobre a acção da BP."

Clicando sobre a ligação, o internauta é encaminhado para o site da BP, no qual a empresa sublinha as medidas tomadas no terreno para combater a pior maré negra na história dos EUA.

Um porta-voz da BP confirmou, na cadeia televisiva ABC, que o grupo energético comprou um certo número de termos de pesquisa ligados à maré-negra.

"Comprámos termos de pesquisa, em motores como o Google, para facilitar as investigações das pessoas que querem saber mais sobre os esforços que estamos a fazer no Golfo e para os reenviar mais depressa para os sítios que recebem queixas, que divulgam informações sobre as praias poluídas e que fazem apelo a voluntários", declarou.

Desde o início da crise que a BP tem comprado páginas inteiras de publicidade nos grandes diários norte-americanos.

Fonte: Jornal de Notícias Online

3 comentários:

  1. Apesar de achar que o que a BP pretende no final é aproveitar-se da tragédia que aconteceu para ganhar notoriedade e aumentar as vendas, não deixa de ser interessante, que através das adwords, eles conseguiram mostrar que se juntaram a esta causa e tentam demonstrar algum respeito ambiental, se bem que um pouco irónico!

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  2. Creio que num futuro, que para bem o de todos, seja o mais cedo possível, a BP pode tentar aproveitar-se da situação. Mas a gravidade do problema é tão grave, no momento, que me parece que o "aproveitamento" da BP, passa apenas por amenizar a situação junto da população, demonstrar a reponsabilidade, que lhe permita salvar a face, ou mesmo, assegurar a continuidade da empresa.
    Temos de ver, que os momentos investidos são muito avultados, mesmo para uma empresa com a dimensão gigantesca da BP.

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  3. Há tempos atrás seria impensável uma grande empresa baixar do seu pedestal para se dignar a esclarecer os seus clientes e a população em geral através de outro meio que não fossem comunicados unilaterais.
    Embora esse formato se mantenha, através de anúncios em páginas de jornais, a postura é (e tem de ser) cada vez mais de diálogo.

    Tal como o comum cidadão nas redes sociais, também as empresas abrem as portas da sua "intimidade", com altos responsáveis a confidenciarem aos consumidores o que se passa e a apelar à compreensão e colaboração de todos. Neste caso da BP, muito ao jeito do que Obama fez nos motores de busca.

    Outro exemplo semelhante foi o que aconteceu com as companhias aéreas, confrontadas com greves e cinzas do vulcão islandês que as impediam de desenvolver a sua actividade com normalidade.
    Fernando Pinto (TAP) divulgou no YouTube uma mensagem de agradecimento e de apelo à paciência dos passageiros que continuavam retidos em aeroportos (http://www.youtube.com/watch?v=Fho20er6mn0&feature=player_embedded). "Quero, e em primeira mão, agradecer aos nossos passageiros que têm mostrado grande compreensão num momento difícil como este", afirmou Fernando Pinto, em duas mensagens - em inglês e em português - colocadas na rede de partilha de vídeos YouTube. Salientando que a transportadora a que preside tem feito um "esforço sobre-humano" para atender da melhor forma possível todos os passageiros, admitiu que a empresa "não tem conseguido" a resposta desejada.
    Também o CEO da British Airways, Willie Walsh, desmultiplicou-se em entrevistas e acções de relações públicas online para justificar os voos cancelados devido a greve através de vários vídeos que pretendiam humanizá-lo, ao colocar-se do lado do consumidor. A internet significa agora uma alternativa à conferência de imprensa ou ao saltar de estúdio em estúdio na esperança de que os media reportem o que se pretende.

    A comunicação e o diálogo estão na ordem do dia, até a nível político. Os consumidores exigem explicações na primeira pessoa, e empresas sobranceiras que não estejam dispostas a fazê-lo são inevitavelmente penalizadas. O consumidor tem megafones digitais...

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