segunda-feira, 11 de abril de 2016

Preciso de mais Likes!

A evolução da era digital teve um começo lento que se intensificou ao longo dos anos. Hoje em dia, a internet é uma presença indiscutível no quotidiano de todos nós: nós utilizamos as aplicações online para trabalhar, estudar, efetuar operações, pesquisar, comunicar... Essencialmente focamos a componente da comunicação, que foi uma das que mais se revolucionou com a intensificação das inovações tecnológicas.

Se há nem uma década atrás a comunicação era essencialmente feita através dos meios telefónicos e outros aplicativos multimédia, o aparecimento de ferramentas como o Facebook, Youtube, Instagram e Twitter veio modificar por completo a forma como os indivíduos estabelecem contacto entre si. O próprio tipo de mensagem que estas aplicações permitem que seja divulgada é muito diferente dos conteúdos que antes eram gerados. Um dos principais aspetos tem que ver com a comunicação e transmissão de sentimentos e estados de espírito através de imagens como substituição de grandes textos, fazendo jus à máxima "uma imagem vale mais do que mil palavras". No entanto, à medida que os internautas seguiam cada vez mais esta máxima, também a perceção dos mesmos acerca da mensagem que queriam passar se alterava; com a disponibilização do botão "Gosto/Like", instintivamente a avaliação da qualidade das nossas publicações passava pelo número de cliques nesse botão pelos nossos contactos. Quantos mais Likes, melhor! Então gerava-se um frenesim de cada vez que uma imagem era postada, e o início impaciente da espera pela chegada de Like atrás de Like. Isso gera uma questão: será que estamos a caminhar para um ponto irreversível em que o número de Likes será o determinante para a perceção que temos sobre nós e a qualidade do nosso estilo de vida?

Esta é uma questão que foi abordada num sketch do grupo humorista "A Porta dos Fundos". Vale a pena ver:




2 comentários:

  1. Faz todo o sentido serem abordadas este tipo de questões. A ideia que tenho, e respondendo diretamente à questão colocada: Não acho que seja um caminho irreversível. Acho, sim que a intensidade com que são feitos shares, likes, etc dos nossos conteúdos influencia bastante a nossa autoestima, sobretudo no caso dos adolescentes, que encontram nas redes sociais "o seu próprio mundo". O caminho para suavizar este "problema" poderá passar, como já foi aqui dito, por uma desintoxicação gradual da tecnologia, diminuindo as oportunidades de acesso à Internet e às redes sociais ou pelo menos complementado-as com ofertas de iniciativas e eventos inovadores e igualmente tentadores.

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  2. Muito bom tópico.
    O problema é que cada vez mais tudo à nossa volta nos empurra para esse exagero social da época em que vivemos. Todas as aplicações que usamos, até a camera do nosso telemóvel tem integração de share para as redes sociais, jogos que necessitam que tenhas um perfil no facebook para jogar, descontos que recebes ao partilhar certos links com os teus amigos... Tudo empurra para que cada vez mais sejamos escravos de aceitação de terceiros e que temos de partilhar para estar ao nível "exigido" pela sociedade para sermos aceites.

    Isso causa um ciclo vicioso em que por vermos posts com muitos likes e de viagens ou seja o que for de outras pessoas, causa insegurança e um sentimento de falta de autoestima em nós, que por si gera a necessidade constante de partilharmos a nossa vida para combatermos essa sensação.

    A tecnologia e as redes sociais não são um problema, são a solução, o problema é o extremo com que as pessoas a usam, ao deixarem-se influenciar e que isto gira as suas vidas.



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