segunda-feira, 20 de março de 2017

Dia Internacional da Felicidade

O Dia Internacional da Felicidade comemora-se no dia de hoje, 20 de Março, e é esse mesmo o tema que trago hoje.
“A busca da felicidade é um dos objetivos fundamentais do ser humano”, e posto isto, a assembleia-geral da ONU decidiu em Junho de 2012, proclamar o dia 20 de Março como o Dia Internacional da Felicidade.

Todas as pessoas procuram a felicidade. Os psicólogos salientam a importância da mesma na vida das pessoas e a necessidade destas se conhecerem a si mesmas para conseguirem alcançar o tão desejado bem estar. A felicidade relaciona-se não só com a personalidade, mas também com a disposição e a forma de estar das pessoas.
Estudos revelam que Portugal é um dos países mais infelizes da Europa. Numa escala de 0 a 10, Portugal apresenta uma avaliação média de felicidade de 5,1 e é o terceiro país europeu com maior uso de antidepressivo.

Como esta cadeira aborda temas como as redes sociais, partilha de informação e privacidade da mesma, coloca-se a questão de hoje em dia haver a quase que “necessidade” de partilhar momentos de felicidade nas redes sociais. Algo que todos nós temos consciência, basta abrir as nossas páginas de Facebook, de Instagram ou de qualquer outra rede social para vermos fotografias e vídeos de pessoas felizes, seja a viajarem, a passearem ou até numa simples refeição.

Nada contra quem o faz e quem sente que “precisa” de partilhar esses momentos das suas vidas com todas as pessoas, mas o facto é que hoje em dia está a tornar-se algo tão viral que surgem em certas pessoas (possivelmente mais vulneráveis ou susceptíveis) sentimentos de depressão, apatia e infelicidade com a seguinte comparação: “Todos estão felizes, só eu é que não?“.

As redes sociais são uma realidade que não podemos negar, estão cada vez mais presentes nas nossas vidas, ajudam-nos em vários aspetos, abrem-nos novas possibilidades e ajudam-nos a divulgar causas nobres, mas cada um de nós deve estabelecer um limite para o excesso de exposição da nossa privacidade.

Shaun Higton criou a curtaWhat’s on your mind?, que questiona toda essa felicidade aparente das redes sociais e faz-nos reflectir sobre a “pressão” que hoje em dia se sente em publicar e partilhar os momentos de felicidade que temos e, neste caso, que não temos.

Com isto me despeço e sejam felizes ;)

6 comentários:

  1. Cada vez mais as pessoas utilizam as redes sociais como modo de demonstrar ao mundo o quão felizes estão e o que andam a fazer constantemente, exemplo disso é agora a nova moda de publicar histórias no instagram (recentemente até o messenger do facebook dá a possibilidade de o fazer) o que acaba por fomentar em certos casos uma excessiva exposição pública nas redes sociais.
    Contudo, tenho me apercebido também que muitas das pessoas que começam a aderir a este fenómeno e que o fazem com muita regularidade, são pessoas que até estão a passar por momentos menos bons, e que acabam por buscar nesses posts uma certa aprovação pública, demonstração de felicidade e até uma companhia. Acaba muitas vezes por ajuda-las a ultrapassar esses momentos, porque deixam de se sentir tão "sós" e na busca pela partilha de momentos mais felizes para mostrarem aos seus seguidores (por exemplo, uma foto de um passeio à beira mar) acabam por se abstrair de certos problemas que possam ter.
    No fundo cada um é livre de publicar o que quiser, mas não podemos deixar de concordar que cada vez mais tal acaba por afetar o estado de espírito tanto das pessoas que publicam como das que vêem.

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    1. Olá Inês, obrigada pelo teu comentário.

      Essa questão de pessoas que possam estar a passar por momentos menos bons acabarem por procurar essa aceitação nas redes sociais é de facto uma realidade.

      Há um episódio da série Black Mirror, uma série de televisão britânica que apresenta temas pertinentes, por vezes mais satíricos e sombrios, mas que examinam a sociedade atual, que fala precisamente sobre isso.

      Deixo aqui o link do trailer:

      https://www.youtube.com/watch?v=R32qWdOWrTo

      Beijinho :)

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  2. Olá Camila,

    Em primeiro lugar, questiono-me o quão difícil deve ser quantificar o grau de felicidade de uma pessoa/país visto ser um assunto bastante subjectivo.

    O que é felicidade para mim pode não o ser para outra pessoa. Nestes casos, para se conseguir um índice de felicidade são considerados alguns factores como o PIB per capita, a expectativa de anos de vida saudável, as emoções que vivemos no dia-a-dia…

    É interessante analisar o caso da Dinamarca: país mais feliz do mundo que apresenta uma das taxas mais elevadas de suicídio e de divórcio. Porque será que isto acontece? Realmente é mais difícil uma pessoa ser infeliz numa sociedade que é feliz.

    Com a utilização das redes sociais é mais fácil transmitir às pessoas o nosso dia magnífico, mesmo sendo ele um mau dia. Concordo contigo, Camila, quando te referes à tal “pressão” que presenciamos nos dias de hoje. Há cada vez mais uma exposição da vida das pessoas e uma necessidade de nos compararmos constantemente aos outros.


    Meik Wiking, CEO of The Happiness Research Institute, refere:

    “(…) Mas melhor indicador da nossa felicidade são as nossas relações sociais. O contacto físico — quando alguém nos põe a mão no ombro, nos dá um beijo ou nos faz uma festa no rosto — liberta a neuro-hormona chamada oxitocina, que nos faz felizes e reduz o stress, o medo e a dor. Logo, boa comida, velas, lareiras e mantas devem ser companheiros constantes. Quanto mais satisfeitas estiverem com as suas relações sociais, mais felizes estão as pessoas — o que é frustrante de admitir enquanto investigador, porque não é nenhuma novidade.”

    Não é nenhuma novidade, mesmo! Não sou contra a utilização das redes sociais mas cada vez mais defendo que são as relações sociais que nos fazem sentir vivos.

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    1. Olá Adriana, obrigada pelo teu comentário.

      De facto, faz-nos pensar sim como é avaliada a felicidade em cada país porque esta depende imenso de cada pessoa.

      Concordo completamente contigo e foi precisamente esse o meu objetivo com este post, é o fazer relembrar que o mais importante e o que traz mais felicidade são sem dúvida as relações sociais, as relações que temos uns com os outros, sejam elas de que natureza forem!

      Beijinho :)

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  3. Antes de mais, devo dizer que gostei mesmo muito da forma como pegaste no tema mais falado do dia de hoje - a felicidade - e construíste o teu discurso à volta do impacto que as redes sociais têm no nosso estado de espírito. Indo de encontro ao que tu e as restantes colegas disseram, eu, sendo uma utilizadora razoavelmente ativa de algumas redes sociais, bem vejo (e, por vezes, sinto) como é que a suposta felicidade e bem-estar dos outros acaba por interferir com a nossa, normalmente de forma negativa. É verdade que há quem se consiga distanciar, mas aqueles que são mais viciados nestes sites acabam por envolver-se demasiado nestas histórias, tanto que não é a primeira vez que ouço pessoas a fazerem comentários desanimados após verem uma foto/vídeo de outra pessoa que tem um estilo de vida melhor ou que partilhou uma experiência agradável nas suas redes sociais. E, naturalmente, as pessoas começam a sentir que, se querem estar a par das tendências e não ficar atrás de ninguém, têm de começar a adotar os mesmos comportamentos que as outras mais populares. Como tal, por vezes acabam por se verificar situações como as que o vídeo que colocaste retrata, dado que os sujeitos passam a sentir a necessidade de parecer bem dentro e fora de casa, porque as interações sociais também ocorrem no mundo virtual.
    Acho que devemos ter a frieza necessária para nos conseguirmos distanciar e ser racionais quando vemos que certas "futilidades" começam a afetar a nossa forma de ver a vida, as nossas prioridades e o nosso bem-estar porque, como dizes, o importante é que sejamos verdadeiramente felizes!

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    1. Olá Inês, obrigada pelo teu comentário.

      Obrigada, também achei que seria um tema interessante de trazer, até pelo facto de ser controverso! Haverá pessoas que partilham o que na minha opinião pode ser demais e que para elas pode ser a dita normalidade e eram essas opiniões que queria trazer :)

      Em relação às pessoas que dizes que não conseguem distanciar-se tanto, tens toda a razão, são essas pessoas que, como escrevi, podem estar mais vulneráveis ou susceptíveis e foi precisamente por isso que disse que essa questão pode trazer problemas de auto estima ou angústia a essas mesmas pessoas.

      É precisamente por isso que trouxe esse tema, abrir mentes e mostrar que a felicidade que se vê nas redes sociais nem sempre é verdadeira e quem não partilha momentos felizes, por vezes, são as pessoas mais felizes. Há que nos distanciarmos e sermos felizes à nossa maneira, não nos compararmos a ninguém.

      Beijinho :)

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