quinta-feira, 18 de abril de 2019

As resistências ao “plus size”

Cerca de 60% dos portugueses sofre de excesso de peso ou obesidade, foram os dados divulgados pelo Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física. Estarão as marcas a tentar incluir o máximo de consumidores possíveis, modificando as suas campanhas?


Atualmente são cada vez mais as marcas que procuram mostrar que estão a incluir todos os “tipos” de pessoas nas suas campanhas, desfiles e catálogos publicitários, talvez para transmitir que os seus produtos servem e podem ser usados por todos os “tipos” de corpos (os chamados “corpos reais”!). No entanto, todas estas tentativas de inclusão geram discussões e controvérsias, relacionando geralmente essas campanhas com questões de saúde, ficando a marca inevitavelmente associada a essas polémicas. As questões que se coloca são: até que ponto as marcas, ao divulgarem e se associarem a este tipo de campanhas, estão a valorizar a aceitação da pessoa na sociedade? Onde fica a sua saúde? Haverá espaço para pensar nela no meio destas questões?

Este foi um tema já abordado, por exemplo, numa das campanhas da Dove - quando foi publicada uma foto onde eram evidenciadas mulheres de diferentes etnias e “tamanhos”, na Revista Cosmopolitan - quando publicou a sua primeira capa com uma modelo plus size, e, mais recentemente, a marca Gillete Venus lançou um post no Twitter que também gerou polémica em torno deste assunto.

Exemplo Dove:





Exemplo Revista Cosmopolitan:



Exemplo Gillette Venus:






Relativamente ao anúncio partilhado pela Gillete Venus, o mais recente dentro desta temática, os consumidores foram críticos e acusaram a marca de ser irresponsável e estar a promover comportamentos destrutivos. E, embora a marca tenha vindo responder, a onda de discussão continuou. No entanto, e como na maioria dos casos, existem também indivíduos a defender a marca e apoiar este tipo de campanhas.


Todos sabemos que as marcas procuram a cada dia atingir um maior número de seguidores e apostam em campanhas relacionadas com as questões do momento, por serem os temas que à partida irão atrair mais a atenção do consumidor. A cada nova marca que se associa a estas modelos, que já não são apenas na área da moda, mas também noutros setores como os produtos de beleza e higiene, conforme demonstrado, são levantadas automaticamente questões relacionadas com estas temáticas. Os comentários apresentados são idênticos em qualquer outra das restantes situações, sejam as críticas positivas ou negativas, o certo é que este tipo de estratégia de marketing atinge o público gerando sempre reações antagónicas.


Então, com a crescente popularidade das marcas nas redes sociais, e sabendo que todas as reações que cada uma das suas campanhas gera, sejam elas positivas ou negativas, tomam proporções muitas vezes incontroláveis e até não desejáveis, obrigando-as cada vez mais a terem de vir responder e justificar-se, o que as levará a continuarem a optar por este tipo de estratégias de marketing?

E vocês, o que têm a dizer acerca deste tipo de estratégia de marketing?



Fontes:

1 comentário:

  1. Considero que uma marca inclusiva é mais forte do que uma marca que não considera todas as formas de beleza (sejam elas por tamanhos, cor de pele ou outras características físicas). Mas acima de tudo, estas marcas geram conteúdo e comentários ao incluir todas as mulheres, como os casos mencionados. Para além disso educam os consumidores, podendo mesmo conseguir alterar alguns padrões pouco representativos. Por isso considero que esta forma de campanha beneficia não só os consumidores (pelas lições que daí podem retirar) mas também as marcas que o fazem (porque geram o buzz of words). Será por isso mesmo que as marcas continuam a apostar nestas estratégias de marketing

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