terça-feira, 29 de abril de 2025

404 — Eletricidade Not Found

Na manhã de segunda-feira, 28 de abril, um corte generalizado de energia deixou grande parte de Portugal Continental sem eletricidade, afetando o quotidiano da população e de múltiplos serviços essenciais. A falha, com impacto também registado em Espanha e em zonas de França, teve início por volta das 11h30 e causou perturbações significativas nas telecomunicações, nos transportes públicos, na rede bancária, nos sistemas de controlo de tráfego e na atividade económica em geral.

Segundo confirmação da REN, o apagão afetou toda a Península Ibérica, resultando na ativação imediata dos planos de restabelecimento de energia, em articulação com operadores internacionais.

O Metro de Lisboa suspendeu a circulação, enquanto em várias cidades do país, os semáforos deixaram de funcionar, criando caos no trânsito e um aumento claro do risco rodoviário. Além disso, centenas de voos foram cancelados ou desviados.

Multibancos sem sinal, prateleiras vazias e... papel higiénico (outra vez?)

A falha de energia provocou também constrangimentos nas redes móveis e fixas. As chamadas telefónicas ficaram inoperacionais, sendo possível comunicar apenas por dados móveis (em alguns casos). Os multibancos deixaram de funcionar e muitos estabelecimentos comerciais foram forçados a encerrar ou a operar com recurso a geradores de emergência.

Nas grandes superfícies comerciais, o cenário revelou-se inesperadamente familiar. Filas para levantar dinheiro, prateleiras de água engarrafada e produtos enlatados esvaziaram-se e, curiosamente, o papel higiénico desapareceu com uma rapidez difícil de justificar. Aparentemente, quando o quotidiano vacila, os reflexos de 2020 ainda persistem.

Nos escritórios, o ambiente foi de interrupção total. Empresas com geradores tornaram-se ilhas de produtividade. Nas restantes, muitos colaboradores aproveitaram para antecipar o almoço ou simplesmente abandonar as instalações — afinal, sem internet, sem rede e sem luz, pouco mais havia a fazer. 

Informação e desinformação

Como é habitual em cenários de crise, surgiram rapidamente nas redes sociais alegadas 'notícias' sobre a origem do apagão. Circulou uma publicação a sugerir que o incidente tinha sido causado por um ciberataque, no entanto, essa informação foi rapidamente desmentida e classificada como falsa. A Comissão Europeia afirmou estar a acompanhar a situação, sem, contudo, apontar causas específicas ou responsabilidades. A verdade é que, para já, continuamos longe de saber o que originou o apagão.


Regresso à normalidade

Ao final do dia, a E-Redes confirmou a reposição integral do fornecimento de energia. Portugal retomou o seu ritmo habitual, ainda que o episódio tenha servido como lembrete da fragilidade das infraestruturas críticas e da facilidade com que a vida moderna pode ser interrompida.

O lado menos entusiasmante da história? Inicialmente, dizia-se que tudo isto poderia demorar até 3 dias para ser restabelecido. No entanto, em poucas horas, percebemos que, no dia seguinte, teríamos que voltar ao trabalho...

Informação retirada de:
https://www.publico.pt/2025/04/28/economia/noticia/apagao-geral-rede-electrica-portugal-2131164#110303

https://www.rtp.pt/noticias/pais/apos-apagao-e-redes-anuncia-reposicao-total-de-energia-metro-de-lisboa-retoma-circulacao_e1651070

1 comentário:

  1. Olá Adriana. Parabéns pelo teu post!

    Este episódio infeliz mostra, que a nossa vida depende da eletricidade e da interligação dos sistemas digitais. Um simples corte de energia fez parar transportes, comunicações, bancos e até o trânsito — revelando o quão vulneráveis estamos quando falha aquilo que tomamos como garantido. O regresso repentino do papel higiénico ao topo das prioridades também nos diz muito sobre os medos que ainda persistem desde a pandemia.

    Eu pessoalmente, gostei deste período sem eletricidade, ver como, no meio do caos, a ausência de ecrãs e rotinas digitais trouxe de volta algo mais simples: pessoas na rua a conversar, vizinhos a partilhar momentos e crianças a brincar na estrada, como antigamente. Por umas horas, a cidade do Porto parecia mais humana, e talvez, no meio da interrupção, tenha havido também um pequeno recomeço.

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