Na manhã de segunda-feira, 28 de abril, um corte generalizado de energia deixou grande parte de Portugal Continental sem eletricidade, afetando o quotidiano da população e de múltiplos serviços essenciais. A falha, com impacto também registado em Espanha e em zonas de França, teve início por volta das 11h30 e causou perturbações significativas nas telecomunicações, nos transportes públicos, na rede bancária, nos sistemas de controlo de tráfego e na atividade económica em geral.
Segundo confirmação da REN, o apagão afetou toda a Península Ibérica, resultando na ativação imediata dos planos de restabelecimento de energia, em articulação com operadores internacionais.
O Metro de Lisboa suspendeu a circulação, enquanto em várias cidades do país, os semáforos deixaram de funcionar, criando caos no trânsito e um aumento claro do risco rodoviário. Além disso, centenas de voos foram cancelados ou desviados.
Multibancos sem sinal, prateleiras vazias e... papel
higiénico (outra vez?)
A falha de energia provocou também constrangimentos nas
redes móveis e fixas. As chamadas telefónicas ficaram inoperacionais, sendo
possível comunicar apenas por dados móveis (em alguns casos). Os multibancos deixaram de funcionar e muitos estabelecimentos
comerciais foram forçados a encerrar ou a operar com recurso a geradores de
emergência.
Nas grandes superfícies comerciais, o cenário revelou-se inesperadamente familiar. Filas para levantar dinheiro, prateleiras de água engarrafada e produtos enlatados esvaziaram-se e, curiosamente, o papel higiénico desapareceu com uma rapidez difícil de justificar. Aparentemente, quando o quotidiano vacila, os reflexos de 2020 ainda persistem.
Nos escritórios, o ambiente foi de interrupção total. Empresas com geradores tornaram-se ilhas de produtividade. Nas restantes, muitos colaboradores aproveitaram para antecipar o almoço ou simplesmente abandonar as instalações — afinal, sem internet, sem rede e sem luz, pouco mais havia a fazer.
Informação e desinformação
Como é habitual em cenários de crise, surgiram rapidamente nas redes sociais alegadas 'notícias' sobre a origem do apagão. Circulou uma publicação a sugerir que o incidente tinha sido causado por um ciberataque, no entanto, essa informação foi rapidamente desmentida e classificada como falsa. A Comissão Europeia afirmou estar a acompanhar a situação, sem, contudo, apontar causas específicas ou responsabilidades. A verdade é que, para já, continuamos longe de saber o que originou o apagão.
Regresso à normalidade
Ao final do dia, a E-Redes confirmou a reposição integral do
fornecimento de energia. Portugal retomou o seu ritmo habitual, ainda que o
episódio tenha servido como lembrete da fragilidade das infraestruturas
críticas e da facilidade com que a vida moderna pode ser interrompida.
O lado menos entusiasmante da história? Inicialmente, dizia-se que tudo isto poderia demorar até 3 dias para ser restabelecido. No entanto, em poucas horas, percebemos que, no dia seguinte, teríamos que voltar ao trabalho...
Informação retirada de:
https://www.publico.pt/2025/04/28/economia/noticia/apagao-geral-rede-electrica-portugal-2131164#110303
Olá Adriana. Parabéns pelo teu post!
ResponderEliminarEste episódio infeliz mostra, que a nossa vida depende da eletricidade e da interligação dos sistemas digitais. Um simples corte de energia fez parar transportes, comunicações, bancos e até o trânsito — revelando o quão vulneráveis estamos quando falha aquilo que tomamos como garantido. O regresso repentino do papel higiénico ao topo das prioridades também nos diz muito sobre os medos que ainda persistem desde a pandemia.
Eu pessoalmente, gostei deste período sem eletricidade, ver como, no meio do caos, a ausência de ecrãs e rotinas digitais trouxe de volta algo mais simples: pessoas na rua a conversar, vizinhos a partilhar momentos e crianças a brincar na estrada, como antigamente. Por umas horas, a cidade do Porto parecia mais humana, e talvez, no meio da interrupção, tenha havido também um pequeno recomeço.